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Vítima revela abusos de padre: ‘Ele me masturbava e dizia que era normal’

Hoje com 37 anos, S.M.C. foi um dos molestados em um dos maiores escândalos da história da Igreja Católica do Brasil, detalhado em VEJA desta semana

Por João Batista Jr., Adriana Dias Lopes e Edoardo Ghirotto
Atualizado em 12 jul 2019, 06h30 - Publicado em 12 jul 2019, 06h30

Órfão de pai e filho de faxineira de uma igreja em Araras, no interior de São Paulo, S.M.C., hoje com 37 anos, foi uma das vítimas de um dos maiores escândalos da Igreja Católica no Brasil, revelado por VEJA desta semana. Ele conta que, aos 16 anos, quando coroinha, o padre Carlos Alberto da Rocha invadia seu quarto para masturbá-lo e dizia que aquilo “era normal”. Além dos abusos sexuais, o clérigo praticava tortura psicológica: “Ele dizia que, se eu contasse aquilo para alguém, ninguém acreditaria em mim por não ter pai e ser pobre”.

Em seu relato, o homem – hoje casado e com uma filha – lamenta que sua mãe tenha morrido sem saber a verdade sobre Rocha. “Deitada na cama, ela disse: ‘sorte que o padre vai cuidar de você’. Ela foi embora sem saber que seu ídolo era uma monstro”.

Meses mais tarde, como seminarista, S.M.C. conta que outro religioso, o padre Pedro Leandro Ricardo, tocou seu pênis a caminho de uma missa e depois alegou que ele lhe havia “interpretado errado”.  Leia, em VEJA desta semana, a reportagem completa com os relatos de jovens abusados por padres brasileiros. As barbaridades cometidas nas sombras nas últimas décadas, com a conivência de superiores religiosos, só começaram a ficar conhecidas nos últimos meses.

A Polícia Civil e o Vaticano investigam como dom Vilson Dias de Oliveira, bispo emérito da Diocese de Limeira, atuou de forma a permitir e acobertar que padres sob sua jurisdição praticassem crimes de abuso sexual. Ao todo, três clérigos são alvo de investigação: Pedro Leandro Ricardo (seis vítimas), Felipe Negro (duas vítimas) e Carlos Alberto da Rocha (uma vítima).

Denúncias via WhatsApp: Envie mensagens anônimas para o número 11 99967-9374 para denunciar casos de abuso na Igreja.

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