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Vinte anos depois: a vida reclusa do pivô do mensalão

Filmado recebendo dinheiro, o ex-servidor dos Correios se mantém hoje com uma pequena pensão do INSS

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 Maio 2025, 14h19

Maurício Marinho evita chegar perto da janela de seu apartamento, em Brasília, com receio de ser fotografado. Ele vive recluso. O ex-chefe de departamento dos Correios tinha 27 anos de serviço quando viu a imagem dele embolsando um maço de dinheiro sendo replicada milhares de vezes nos principais canais de televisão.

Revelada por VEJA em maio de 2005, a cena foi o fio da meada do mensalão, o famoso escândalo de corrupção que eclodiu no primeiro governo Lula. O caso é tema de uma reportagem especial de VEJA desta semana.

Na época, sem saber que estava sendo gravado, o servidor disse que estava no cargo por indicação do PTB, partido da base de apoio do governo Lula, e que os contratos assinados pela sua repartição eram precedidos por pagamento de propina.

A dois detetives que se passaram por empresários, ele explicou como o esquema de corrupção funcionava: “Quando é pregão com alta concorrência, é coisa pequena, de 3% a 5%. Quando é serviço, 10%. Consultoria é definida antes, a gente senta e conversa”.

Numa demonstração de boa vontade, os “empresários” entregaram 3 000 reais ao servidor, que, sem desconfiar da armadilha, pegou o dinheiro e guardou no bolso do paletó.

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Demitido dos Correios, ele não conseguiu mais se recolocar no mercado de trabalho. Procurado por VEJA, Marinho não quis se pronunciar. “Não me encham o saco”, se limitou a dizer.

Rotina tem apenas igreja e academia

Não é exagerado dizer que  Marinho é o único personagem do mensalão a cumprir uma  “condenação perpétua”, mesmo sem nunca ter sido julgado. A imagem dele aceitando propina se transformou numa espécie de ícone da corrupção.

Ele sofre até hoje as consequências do que classifica como um “ato impensado”. Após o escândalo,  abriu uma empresa de consultoria, mas os clientes não apareceram. Em 2013, foi contratado como professor de uma faculdade privada , mas o estabelecimento fechou as portas algum tempo depois.

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Nos últimos vinte anos, o ex-servidor respondeu a mais de 20 processos judiciais.  Hoje, aos 72 anos de idade, ele quase não sai de casa e se mantém com uma aposentadoria do INSS.  Nas redes sociais, se apresenta como professor de Raciocínio Lógico Matemática (RLM), posta mensagens religiosas e críticas ao governo Lula.

Sua rotina hoje se restringe a frequentar uma igreja evangélica e ir três vezes por semana a uma academia de ginástica.

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