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Vídeo dá dicas à população negra do RJ durante intervenção

Orientações, que vão de não sair de casa tarde da noite a levar cupom fiscal de celular, viralizam nas redes e têm mais de 2 milhões de visualizações

Por Da redação
Atualizado em 19 fev 2018, 23h31 - Publicado em 19 fev 2018, 21h18

Um vídeo que dá dicas à população negra do Rio de Janeiro de como agir durante a intervenção federal na segurança pública do estado viralizou nas redes sociais nos últimos dias.

Em três minutos e 26 segundos, os youtubers Spartakus Santiago e AD Junior e o repórter Edu Carvalho, do site Favela da Rocinha, ensinam a lidar com abordagens abusivas de policiais e militares e ironizam os cuidados a serem tomados para evitar problemas que simplesmente não deveriam existir. “Intervenção no Rio: dicas para sobreviver a uma abordagem indevida”, diz a legenda. Publicado no último sábado, o vídeo foi visto cerca de 2 milhões de vezes no Facebook e compartilhado outras 58.828 vezes na rede social.

“Este vídeo fala sobre abordagem de agentes de segurança do nosso país que abusam do poder durante o momento da abordagem. A gente está aqui fazendo este vídeo para dar algumas dicas, porque, infelizmente, nós negros somos sempre alvos de abusos e retaliações. Então, se você é negro, preste atenção nisso que a gente vai falar”, afirmam Santiago, Junior e Carvalho.

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Em seguida, o trio enumera treze orientações detalhadas, como não sair sem casa sem documentos, sinalizar a amigos e familiares os locais para onde se está indo e enviar a eles o endereço, manter o número de telefone de amigos e até mesmo de um advogado à mão, andar sempre com o celular carregado e não acelerar o carro durante uma blitz.

Outras instruções são mais irônicas, tais como evitar sair de casa tarde da noite, porque “infelizmente à noite, a partir do olhar do outro, você é não somente negro, mas bandido e apresenta perigo”; levar consigo cupom fiscal de equipamentos como celulares e câmeras, para comprovar que são seus; evitar usar furadeiras e guarda-chuvas longos em público, porque podem ser confundidos com armas de fogo; e não levar “nunca” produtos de limpeza como desinfetante e água sanitária na mochila – em 2013, durante os protestos no Centro do Rio, o catador de lixo Rafael Braga foi preso com Pinho Sol na bolsa e acabou sendo condenado a cinco anos de prisão.

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A dica mais enfatizada no vídeo, no entanto, orienta o espectador a usar o celular para registrar possíveis abusos nas abordagens policiais. “Caso você seja parado e esteja em um ambiente público, por favor, grave com seu celular. Ele ainda é o melhor [equipamento] e [possibilita o] maior registro que a gente pode fazer para conseguir informações de quem te parou, como te parou e por que te parou”, diz Edu Carvalho, que aconselha a filmar, além do agente, eventuais vítimas e testemunhas, e detalhes como a identificação dele, a farda, a viatura e sua placa.

Conforme o decreto assinado pelo presidente Michel Temer (MDB) na última sexta-feira, a intervenção federal na segurança pública fluminense se estenderá até o dia 31 de dezembro de 2018. Com a medida, um interventor nomeado por Temer, o general Walter Braga Netto, comandará a polícias Militar e Civil e o Corpo de Bombeiros, além da Secretaria de Administração Penitenciária, e contará também com tropas do Exército.

Nesta segunda-feira, após reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, declarou que vai pedir à Justiça do Rio de Janeiro mandados de busca e apreensão coletivos, que, na prática, permitirão às forças de segurança entrar em residências em uma determinada área, sem especificar quais, para efetuar investigações.

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