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Vaticano dá aval a Caminho Neocatecumenal

Por Por Jean-Louis De La Vaissiere
19 jan 2012, 11h58

O papa Bento XVI concederá nesta sexta-feira a sua autorização final ao Caminho Neocatecumenal, movimento em plena expansão e protegido por vários cardeais devido ao seu grande dinamismo, apesar das críticas que se manifestam contra ele dentro da igreja.

O Papa, que convocou um sínodo em outubro para relançar a “nova evangelização”, defendeu durante sua viagem à Alemanha, em setembro, uma transmissão da fé por comunidades onde são trocadas “as experiências” e onde é vivida uma “nova proximidade entre a Igreja e a sociedade”.

O “Caminho”, que nasceu nos anos 1960 na Espanha, está presente em todos os continentes com cerca de 40 mil comunidades. Conta com mais de 70 seminários que formam centenas de padres. Na Espanha, Itália ou América Latina está em pleno auge.

Na Sala Paulo VI, o Sumo Pontífice receberá cerca de 5 mil membros para validar as práticas litúrgicas, ao término de dez anos intercalados com chamados a ordens e etapas probatórias: em 2002 a aprovação a título experimental dos estatutos, em 2008 a aprovação definitiva e no fim de 2010 a validação da catequese.

O cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Conselho para os Laicos, lerá o decreto que valida as práticas frequentemente originais, fornecendo talvez algumas correções finais.

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Os fundadores espanhóis, Kiki Arguello e Carmen Hernández, receberam a aprovação de um Papa, que é muito exigente sobre a ortodoxia litúrgica. Deixou-se convencer pelo entusiasmo e a fidelidade indefectível dos “neocatecumenses” na Santa Sé.

Uma das especificidades do “Caminho Neocatecumental” é a de ser um “itinerário de formação cristã”, em diversas etapas e diversos grupos, adaptado à nova evangelização dos adultos.

Também busca retornar à participação comunitária dos cristãos dos primeiros séculos.

Em longas celebrações, acompanhadas por um simbolismo que recupera elementos das tradições judaicas, são lembrados momentos para “compartilhar” a fé, para testemunhos pessoais de alegrias e sofrimentos. Nas assembleias como as que seguem as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), os jovens do movimento são chamados a “se levantar” se sentirem uma vocação religiosa.

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Entre 100 e 200 mil jovens do “Caminho” prolongaram desta maneira as JMJ de agosto em Madri com uma celebração própria. Famílias inteiras foram, assim, enviadas “em missão” pelo mundo.

O movimento foi criticado pelos defensores de uma liturgia sóbria e pelos mais tradicionalistas por suas inovações – a eucaristia recebida pelos fiéis ao redor do altar, os testemunhos dos fiéis em cerimônias emocionais -. Mas também por alguns progressistas, que suspeitam que são sectários e o veem muito alinhados ao Vaticano, rígidos em relação a costumes e que julgam o mundo moderno materialista e hedonista de maneira excessivamente pessimista.

Alguns bispos e sacerdotes rejeitam que o “Caminho” organize celebrações de maneira paralela às paróquias, desvalorizando os circuitos da Igreja. Entre os “neocatecumenenses” não é raro escutar opiniões críticas de que as paróquias são consideradas distantes dos paroquianos.

Na semana passada, Bento XVI recebeu três bispos japoneses que expuseram suas inquietações pelo “Caminho” no Japão. No passado, um deles havia inclusive falado de “atividades poderosas e semelhantes às de uma seita” e de “fator de divisão”. Roma julga estas objeções como amplamente excessivas e injustas.

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O Caminho Neocatecumenal é percebido no Vaticano como uma de suas novas cartas para converter pessoas de todos os setores após o escândalo que enfraqueceu os Legionários de Cristo pelos casos de pedofilia relacionados ao seu fundador Marcial Maciel.

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