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‘Vai ser difícil provar propina a políticos’, diz procurador da Zelotes

Frederico Paiva critica juiz federal e diz que acusados usavam saques de até 1 milhão de reais para evitar rastreamento

Por Da Redação 26 jan 2016, 14h00

O procurador da República Frederico Paiva disse nesta terça-feira que o Ministério Público Federal não deve conseguir provar o recebimento de propina por políticos com mandato no esquema de compra de medidas provisórias no Congresso e no governo, investigado na Operação Zelotes. Ele disse que a força-tarefa só identificou pagamentos a dois servidores públicos: Francisco Cesar Mesquita (Senado) e Lytha Spíndola (Casa Civil) e que a quadrilha de lobistas denunciada chegou a fazer saques de 1 milhão de reais na boca do caixa para distribuir o dinheiro e dificultar o rastreamento.

Paiva criticou decisões do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, que atuou na 10ª Vara Federal durante a investigação e foi afastado a pedido dos procuradores e da Polícia Federal, por suspeição de parcialidade. Leite barrou ações de investigação como quebras de sigilo e pedidos de prisões, que segundo o procurador, poderiam ter levado os investigadores a mais envolvidos.

“Parlamentar deve ter recebido, mas provar isso vai ser muito difícil, infelizmente. A gente queria, mas a gente vai até o limite. Tivemos muita dificuldade na investigação quando era o outro juiz, que indeferiu várias medidas. A gente não foi tão longe quanto poderia. Atrapalhou, mas faz parte. Ele entende que não pode investigar”, disse Paiva.

O procurador afirmou que o pagamento de propina tanto para os dois servidores denunciados só foi possível porque haviam e-mails relacionados a Fernando Cesar Mesquita e porque Lytha Spíndola usou uma empresa dos filhos para receber o dinheiro.

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Segundo Paiva, a aprovação de medidas provisórias (MPs) que beneficiaram a indústria automobilística foi acelerada por causa do pagamento de propina no Ministério da Fazenda e no Congresso. “Teve um azeite para a engrenagem andar rápido”, disse.

Conforme o procurador, por meio da empresa SGR, os lobistas José Ricardo da Silva, ex-integrante do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), e Alexandre Paes dos Santos, conhecido como APS, buscaram facilitar a aprovação das MPs. José Ricardo operava no Ministério da Fazenda, e APS, no Congresso.

“A Mitsubishi pagava para o [Mauro] Marcondes, que passava para a SGR. Aí era feito saque na boca do caixa. Teve saque de 1 milhão de reais em dinheiro, em um dia, feito pelo Hugo Borges, que era o office-boy do escritório do José Ricardo e do APS. A medida que você tem cash, uma mochila lotada de dinheiro, não consegue rastrear mais. O dinheiro ia para o cofre e aí só o José Ricardo e o APS tinham acesso. A partilha era feita toda em dinheiro vivo para dificultar”, disse Paiva.

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