Universitário morto em ‘maratona do álcool’ sofreu infarto
Exame necroscópico do IML apontou que o estudante da Unesp era cardiopata
O estudante Humberto Moura Fonseca, de 23 anos, morto no último sábado após ingerir pelo menos 25 doses de vodca, era cardiopata e morreu de infarto, aponta o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) divulgado nesta quarta-feira. Fonseca participava de uma competição para ver quem bebia mais em uma festa que reunia diversas repúblicas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em Bauru, no interior de São Paulo – além dele, outras seis pessoas foram internadas por coma alcoólico. Os legistas afirmaram que a ingestão exagerada de álcool pode ter causado o infarto. “É muito provável que o consumo excessivo de álcool tenha potencializado a doença pré-existente”, disse o diretor do IML de Bauru, Roberto Carlos Echeverria.
Apenas uma das seis pessoas que foram hospitalizadas no final de semana permanece internada – Gabriela Alves Correa, de 23 anos, que está no Hospital Estadual de Bauru, com o quadro de saúde estável. Nesta terça-feira, o Ministério Público do Estado de São Paulo e a Unesp instauraram investigações para apurar as circunstâncias da morte de Humberto. Dois organizadores da festa, Luís Henrique Menegatti, de 22 anos, e Gabriel Juncal Pereira, de 25, chegaram a ser presos sob acusação de homicídio com dolo eventual – quando não há intenção, mas se assume o risco de matar -, mas foram logo liberados para responder ao processo em liberdade.
O delegado Kleber Granja, responsável pelas apurações, afirmou que o resultado do laudo corrobora a principal linha de investigação e recusou-se a passar mais detalhes em função do sigilo de Justiça. Segundo ele, os organizadores da festa assumiram o risco da morte do universitário ao promover uma festa sem alvará e estrutura adequada para atender possíveis emergências.
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(Com Estadão Conteúdo)