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Um ano depois, homem que decepou mãos da namorada não foi julgado

Gisele Santos luta para retomar sua vida após o crime brutal. Ela já anda sozinha e receberá próteses para as mãos na próxima semana

Por Nicole Fusco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 jul 2016, 08h05

Um ano depois de ter os pés e as mãos decepados pelo namorado, a jovem gaúcha Gisele Santos, de 23 anos, luta para retomar sua vida: faz tratamento psicológico e se prepara para a cirurgia de implantação das próteses das mãos. Seu algoz, Élton Jones Luz de Freitas, de 25 anos, que responde por tentativa de homicídio quadruplamente qualificada – por motivo torpe, meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e emprego de violência doméstica e familiar –, ainda não foi julgado. Ele está preso desde agosto do ano passado, mas um recurso apresentado por sua defesa deve empurrar o julgamento para o ano que vem.

Gisele foi brutalmente agredida quando decidiu terminar o relacionamento abusivo que mantinha com Freitas: enfurecido, ele pegou um facão e desferiu diversos golpes contra a jovem, que também foi atingida na cabeça, costas, braços e na barriga. Abandonada para morrer, foi salva pela mãe. Na sequência, os médicos conseguiram reimplantar os pés de Gisele, que se mantiveram atados ao corpo pela pele. Após meses de fisioterapia, ela deixou de usar a cadeira de rodas e, desde dezembro, consegue caminhar sem dificuldades.

O próximo passo será  justamente a implantação das próteses. Mas a cirurgia envolveu um trabalho prévio de preparação que se estende desde março e incluiu exercícios de equilíbrio da força e manuseio de objetos com as peças, adquiridas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Freitas está detido no Presídio Central de Porto Alegre. Em 14 de agosto de 2015, a Justiça aceitou integralmente a ação movida pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul contra ele – e determinou que o rapaz vá a júri popular. A defesa de Freitas, porém, entrou com recurso pedindo que o juiz da comarca de São Leopoldo julgue o processo – e não um júri. A expectativa do defensor público Lisandro Luís Wottrich é que o recurso seja julgado apenas no ano que vem.

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Embora reconheça que Freitas atacou Gisele com um facão, Wottrich argumenta que ele não tinha a intenção de matá-la. Segundo o defensor público, “ele se sentia oprimido” por Gisele e, por isso, chegou ao “limite”. A vítima, contudo, era proibida pelo namorado até mesmo de sair de casa. Para o promotor autor da denúncia, Sergio Luiz Rodrigues, da Vara do Júri de São Leopoldo, “a maneira como Élton executou o crime, atingindo várias regiões do corpo, revelou uma incomum brutalidade”. “Esse é um processo gravíssimo, que envolve brutalidade mas também uma violência de gênero, que o Estado precisa combater por um dever não só moral, mas também educacional”, completou Rodrigues.

Proibida de frequentar a escola pelo ex-namorado, Gisele agora faz planos para voltar a estudar e a trabalhar, segundo a ex-coordenadora da Secretaria de Políticas para Mulheres de Sapucaia Márcia Chitolina, que acompanha a jovem.  Mais um passo para deixar para trás as cicatrizes da tragédia que tomou sua vida em 2 de agosto de 2015.

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