Twitter cria novos alertas para conter desinformações sobre a Covid-19
Diante de críticas por não conter a propagação de notícias falsas, rede social anuncia plano para avisar usuários sobre postagens com riscos à saúde pública
O Twitter anunciou a criação de novos alertas contra a propagação de desinformações e notícias falsas relacionadas à Covid-19. A rede social informou que irá classificar as publicações que representarem um risco à saúde pública em três categorias. Caso uma informação seja enganosa, ela poderá até ser removida. Em outras situações, um aviso será emitido para direcionar os usuários a uma página que contenha informações confiáveis.
Os alertas valem até para postagens que são anteriores ao anúncio. Para casos em que a remoção não se fará necessária, mas que o dano à saúde pública é considerado grave, o Twitter poderá emitir um aviso que precederá a publicação e informará aos usuários que aquele texto ou mídia é conflitante com orientações defendidas por autoridades sanitárias. Todo o monitoramento será feito a partir da atualização dos sistemas internos do Twitter, a fim de garantir que postagens de alta visibilidade sejam avaliadas com rapidez.
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Clique e AssineChama a atenção, no entanto, que o Twitter não prevê aplicação de medidas imediatas para afirmações que podem ser verdadeiras, mas que carecem de confirmação no momento em que foram publicadas. Para esses casos, a rede social informa que continuará introduzindo “novos avisos para prover contexto adicional em torno de diferentes tipos de rumores e afirmações não checadas conforme a necessidade”.
A medida foi anunciada em meio às críticas que a rede social enfrenta por não conseguir conter a propagação de boatos e inverdades sobre a pandemia do novo coronavírus e outros assuntos, sejam eles correlatos ou não à doença. Entre propagadores de mentiras estão parlamentares da base bolsonarista no Congresso. A edição desta semana de VEJA mostra como políticos alinhados ao presidente Jair Bolsonaro usam seus perfis em redes sociais para confundir os seguidores sobre a doença e a crise política que o país enfrenta.
O Twitter, inclusive, teve de excluir duas postagens de Bolsonaro por infringirem as regras de uso da rede social. Nas publicações, feitas em março, o presidente contrariava medidas de isolamento social que são defendidas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nesta terça-feira, 12, o Instagram ocultou um post de Bolsonaro porque ele continha informação falsa (veja imagem abaixo). O presidente havia compartilhado uma publicação do deputado estadual André Fernandes (PSL-CE), que informava que o Ceará tinha menos casos de mortes de insuficiência respiratória entre fevereiro e março deste ano em comparação com o mesmo período de 2019, o que não é verdade.