Troca na PF fortalece o ministro Anderson Torres
Presidente Bolsonaro quer que o ministro abra mão de eleição no DF e fique até o final do mandato no governo
A troca de diretores na Polícia Federal faz parte de uma reorganização planejada por Jair Bolsonaro, que com as mudanças anunciadas hoje na corporação prestigiou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.
O presidente pediu a Anderson que continue no cargo até o final do ano. A ideia inicial dele era sair do cargo para disputar a eleição para o Senado no Distrito Federal. Seria uma disputa difícil, pois Anderson enfrentaria a ministra Flavia Arruda, que está à frente nas pesquisas e tem o apoio do marido, o ex-governador José Roberto Arruda, que apesar de cassado e e ter sido preso tem muitos eleitores no DF.
O diretor-geral da PF, Márcio Nunes, foi superintendente da corporação em Brasilia e depois assumiu a Secretaria-Executiva do MJ. Ele é da extrema confiança de Anderson Torres. O ministro também terá autonomia para fazer indicações na Polícia Rodoviária Federal e outras áreas do MJ.
Bolsonaro quer manter Anderson Torres no ministério porque, além de ter ocorrido queda em certos índices de violência, o auxiliar pode ajudá-lo a acompanhar as eleições e estreitar a relação com os ministros do Supremo e do STJ. De perfil muito conciliador, Anderson tem canal aberto com os ministros do STF. Recentemente, ele esteve na posse do ministro Edson Fachin no TSE.
A nomeação do novo diretor da PF não deixa de ser uma derrota para o diretor geral da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem. Apesar de já colecionar quatro condecorações no governo Bolsonaro, Ramagem insistia em ocupar o cargo de ‘DG’ ou colocar na PF um aliado. Ramagem também pretendia ocupar a vaga de Anderson no MJ, caso o ministro saísse do cargo para disputar uma eleição.