Três ministros renunciam no Equador após protestos
Por 18 dias, país enfrentou duros protestos contra os altos custos de vida e escassez de combustíveis e alimentos
Depois do presidente do Equador, Guilherme Lasso, conseguir escapar de uma tentativa de impeachment, articulada pela oposição, três de seus ministros e um alto funcionário renunciaram nesta terça-feira, 5. Eles são Simón Cueva, ministro da Economia, Ximena Garzón, chefe da pasta da Saúde, Marcelo Cabrera, de Transportes e Obras Públicas, e Alejandro Ribadeneira, da Secretaria de Educação Superior. As áreas foram fortemente afetadas pela crise no país e suas propostas se mostraram ineficazes.
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O governo do Equador sofre uma intensa crise política, devido a inflação e à agenda de petróleo e mineração de Lasso, além do alto custo de vida no país e falta de alimentos e combustíveis, que geraram 18 dias de intensos protestos. As manifestações pararam depois de um acordo do governo com líderes indígenas, na última quinta-feira, 30.
Entre as promessas do presidente, está o compromisso oficial de que os cofres públicos assumirão o custo de 15 centavos de dólares por galão das três gasolinas mais consumidas pela população. O pedido era a diminuição de 40 centavos. A liderança indígena deu 90 dias para avaliar se o que havia sido prometido foi cumprido pelo governo.
Lasso terá que refazer seu gabinete – em um momento que já era crítico para seu governo –, tentando melhorar as principais áreas afetadas em sua gestão. A educação não conseguiu se reerguer no pós-pandemia, e quase não tem orçamento nenhum para a área. A saúde também foi muito afetada pela crise: médicos reclamam que não há nem algodão e álcool nos hospitais. O desafio agora é estabilizar a situação de seu governo, que enfrentou o descontentamento da população nas ruas e que ainda continua insatisfeita.