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Trecho ‘morto’ do Rio Tietê encolhe 70%

De 2010 para cá, a extensão onde não há vida por falta de oxigênio na água caiu de 243 para 71 quilômetros

Por Da Redação
18 set 2014, 10h10

O trecho considerado “morto” do Rio Tietê foi reduzido em 70,8% nos últimos quatro anos, aponta relatório da Fundação SOS Mata Atlântica sobre a despoluição da água do principal rio paulista que será divulgado nesta quinta-feira. Segundo o levantamento, a extensão do rio onde não há vida porque o nível de oxigênio dissolvido na água é praticamente nulo encolheu de 243 em 2010 para 71 quilômetros, entre Guarulhos e Pirapora do Bom Jesus, na Grande São Paulo.

Há quatro anos, quando o governo do Estado finalizou a segunda etapa do Projeto Tietê, o trecho “morto” começava em Suzano, mais perto da nascente em Salesópolis, e se estendia até Porto Feliz, a cerca de 100 quilômetros da capital. No início do projeto de despoluição em 1993 a mancha anaeróbica – sem oxigênio -, onde a qualidade da água oscila entre ruim e péssima, era de 530 quilômetros, entre Mogi das Cruzes e Barra Bonita, a cerca de 230 quilômetros da capital.

“Sem dúvida, esse resultado é muito positivo, principalmente para quem olha o rio como um todo. Mas não queremos passar a falsa ideia de que está tudo legal. Para que o Tietê se recupere em São Paulo da forma que a população espera, vai demandar muitos esforços de aprimoramento da legislação e da fiscalização do lançamento de efluentes industriais e domésticos”, afirmou Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica.

O relatório é resultado do monitoramento da qualidade da água do Tietê e de outros 58 outros corpos hídricos ligados ao rio, como lagos e córregos, em uma bacia que abrange 68 cidades. Ao todo, são 82 pontos de monitoramento analisados entre setembro de 2013 e este mês, dos quais dezessete instalados no curso do rio, ao longo de 576 quilômetros, entre a nascente e Barra Bonita.

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Segundo o relatório, a seca que castiga os mananciais da região desde o início do ano impactaram a qualidade da água do Tietê, especialmente no trecho de 38 quilômetros entre Guarulhos, passando pelas duas Marginais na capital paulista, até o limite com Osasco. “Nós observamos que nesses pontos a qualidade da água regrediu aos índices do início da década passada. Nossas expedições identificaram que o rio ainda recebe muito lançamento de esgoto clandestino, de caminhões que fazem coleta em indústrias e despejam os resíduos à noite no rio”, disse Malu. Segundo ela, a proteção das áreas de conservação no Alto Tietê impediram a queda na qualidade da água entre Salesópolis e Biritiba-Mirim mesmo com a crise hídrica.

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Os investimentos em saneamento básico realizados na Grande São Paulo possibilitaram que dezoito pontos de coleta distribuídos em córregos e pequenos rios da capital deixassem uma condição péssima – de rios completamente mortos – e passassem para índices ruins, regulares e bons. Em toda região monitorada, os pontos de coleta com índices de qualidade péssima caíram de sete para três. Já o índice de qualidade boa aumentou de três para dez. Um deles é o Córrego Água Preta, que fica no bairro Pompeia, Zona Oeste da capital, altamente adensada. “Ali está um ótimo exemplo da importância da iniciativa da população na recuperação dos corpos d’�água. A comunidade adotou o córrego e isso fez diferença”, disse Malu.

Nesta quinta, ela debate com outros especialistas da área e o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, se o Rio Tietê, em toda sua extensão, pode ser uma opção no futuro para abastecimento público. Na semana passada, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos reconheceu a melhora na qualidade da água em 25 quilômetros do Rio Jundiaí, um afluente do Tietê, entre as cidades de Itupeva e Indaiatuba, e autorizou o seu uso para consumo humano após trinta anos de investimentos em coleta e tratamento de esgoto.

(Com Estadão Conteúdo)

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