Tragédia em Santa Maria: delegado desabafa pelo Facebook
Encarregado de investigar o incêndio na boate Kiss, Marcelo Arigony usa sua página na rede social para responder aos advogados que tentam tirá-lo do caso
Por Da Redação
5 mar 2013, 18h18
O delegado de polícia civil Marcelo Arigony, responsável pelo inquérito policial que investiga o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, utilizou o Facebook para responder ao pedido para afastá-lo do caso, feito pelo advogado Omar Obregon, que representa o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, acusado de iniciar o incêndio. Obregon alega que o delegado tem cometido erros no inquérito.
“Minha carreira policial foi sempre pautada por muita transparência e integração com outros atores sociais, o que possibilitou grande êxito profissional. Minha vida pessoal se confunde com a vida pública há muito tempo e está e aberta ao escrutínio no facebook”, afirma o delegado, via rede social, em resposta ao pedido.
Entre os motivos do advogado para o pedido de afastamento estaria o fato de Arigony ter perdido uma prima irmã no incêndio, o que influenciaria o delegado na conduta das investigações. Obregon reclama ainda do fato de Arigony divulgar apenas partes do inquérito, centralizando as informações. “Quanto ao sigilo do inquérito, temos utilizado o necessário ao êxito das diligências, divulgando apenas fatos que não comprometem a investigação. Isso já foi chancelado pelo Poder Judiciário, que negou aos advogados a decretação do sigilo. Essa maneira de trabalhar está se mostrando muito eficaz”, defendeu-se Arigony.
Desde o início das investigações, Arigony utiliza a rede social para fazer comentários e até para divulgar detalhes da investigação. Logo no início do inquérito, o delegado publicou no Facebook uma foto que mostrava fogos de artifício sendo utilizados na Kiss, o que contrariaria a tese do empresário Kiko Spohr de que o sinalizador teria sido utilizado pela primeira vez no dia do incêndio. No dia 20 de fevereiro, Arigony publicou um desabafo: “Nesses tempos difíceis e de muita tristeza, hoje há mais de 20 dias sem dormir direito, e canalizando todas as forças para a missão que – por alguma circunstância além da nossa compreensão – caiu nos nossos ombros, tenho lembrado muito de uma história infantil, chamada “O Velho, O Menino e o Burro”, de La Fountaine. Desejo um bom fim de tarde e uma boa noite a todos os amigos; em retribuição, peço que nos desejem força para seguir em frente. Às vezes fica pesado!”, escreveu.
O pedido de afastamento está sob os cuidados do chefe de polícia do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Junior. Ainda via Facebook, o delegado comemora a celeridade das investigações, que tiveram o prazo para a conclusão adiado. “Enquanto nos Estados Unidos levaram 9 meses para investigar um fato semelhante, nós em pouco mais de trinta dias entramos na reta final da investigação. Ainda, desde o início temos afirmado com absoluta tranquilidade que não estamos investigando pessoas e sim fatos. Eventuais indiciamentos virão como consequência do esclarecimento dos fatos investigados”, escreveu.
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