Os resgate de vítimas do desabamento no Morro do Bumba chega ao momento mais dramático desde o início das escavações. Paredes, partes de construções de alvenaria e objetos indicam que finalmente chegou-se ao ponto onde estão as casas engolidas pela avalanche que desceu da encosta.
Dois moradores que conheciam a disposição das construções foram convocados pelos bombeiros para ir até o local onde são feitas as escavações. Agora, eles tentam orientar o trabalho de procura por corpos, indicando locais mais prováveis de cômodos e da creche que funcionava no morro. Um dos convocados é parente da sobrevivente Sabrina Lemos, que, desesperada, busca informações sobre seu pai, sua mãe e seu filho – todos desaparecidos desde a noite de quarta-feira.
Cães – O trabalho de buscas também é feito por cães farejadores. Mas essa parte da operação teve de ser interrompida depois que três dos oito animais levados para os escombros passaram mal. A suspeita é de que os animais tenham ficado intoxicados ao inalar grandes concentrações de gás – o terreno, devido ao solo misturado ao lixo, ainda exala gás metano, mas há também suspeita de vazamento de gás de cozinha.
Pela manhã, foram resgatados mais dois corpos no Morro dos Prazeres, em Santa Tereza, bairro onde houve maior registro de óbitos – o total é de 22. O governador Sérgio Cabral se reuniu, pela manhã, com autoridades municipais de São Gonçalo, para discutir medidas após os estragos e mortes causados pelas chuvas. De lá, Cabral seguirá mais uma vez para o Morro do Bumba.