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Thatcher conhecia o perigo de reduzir Marinha Real antes da Guerra das Malvinas

Por Gerry Penny
30 dez 2011, 10h21

A primeira-ministra Margaret Thatcher foi informada sobre o perigo de reduzir a Marinha Real britânica um ano antes da invasão argentina de 1982 às Ilhas Malvinas, revelaram arquivos secretos divulgados nesta sexta-feira.

Seu ministro das Relações Exteriores, Lorde Peter Carrington, também advertiu o ministro da Defesa, John Nott, de que cortar a frota britânica da Antártida só enviaria sinais equivocados sobre a determinação da Grã-Bretanha de defender as Malvinas.

Estes documentos, que estiveram por 30 anos nos Arquivos Nacionais da Grã-Bretanha, mostram que o chefe da Marinha Real estava furioso em 1981 com o projeto de reduzir os gastos de defesa.

O Primeiro Lorde do Almirantado Henry Leach, que posteriormente disse a Thatcher que a Grã-Bretanha podia e deveria enviar uma força operacional naval para recuperar as Malvinas depois da invasão de abril de 1982, estava furioso com ela um ano antes devido ao seu “desequilibrado desmantelamento” das forças armadas.

“Constato com pesar, mas com compreensão, que o rigor de seu programa exclui o encontro que pedi”, escreveu Lorde Henry Leach à chefe do governo britânico.

“No entanto, espero que encontrará ao menos dois minutos para ler esta nota do chefe profissional da marinha antes que você e seus colegas do gabinete considerem uma proposta para desmantelar consideravelmente esta marinha”, acrescentou na carta.

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“Estamos à beira de uma decisão histórica. A guerra raras vezes toma a forma esperada, e uma forte capacidade marítima fornece flexibilidade diante dos imprevistos. Se você miná-la na magnitude prevista, acredito que limitará suas opções futuras e prejudicará nossa segurança nacional”, advertiu.

Estes arquivos também incluem uma carta de Lorde Carrington e Nott, pedindo que se opusesse ao desmantelamento do barco que patrulhava a Antártida “HMS Endurance”, indicando que isso enviaria um sinal equivocado à Argentina em uma época de tensão devido às Malvinas.

“A menos que a disputa seja resolvida, e até então, será importante manter nossa presença normal na zona ao nível atual”, insistiu.

“Qualquer redução seria interpretada tanto pelos ilhéus, como pelos argentinos, como uma diminuição de nosso compromisso com as ilhas e nossa disposição de defendê-las”, acrescentou.

No entanto, seu chamado foi rejeitado e faltava menos de um mês para que o “HMS Endurance” fosse retirado de serviço quando os primeiros argentinos desembarcaram nas ilhas Georgias do Sul, em abril de 1982.

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O conflito, que durou 74 dias, custou a vida de 255 britânicos e 649 argentinos. Terminou em 14 de junho de 1982 com a rendição das tropas argentinas que ocuparam o arquipélago austral.

A tensão diplomática entre Argentina e Grã-Bretanha aumentaram desde 2010, quando Londres autorizou a exploração petroleira ao redor das ilhas, que têm cerca de 3 mil habitantes.

A Grã-Bretanha jamais negociará a soberania das Malvinas contra os desejos de seus cidadãos, afirmou o primeiro-ministro David Cameron em sua mensagem de Natal às Malvinas.

Este pedido chegou alguns dias depois que o Mercosul, o bloco formado por Brasil, Argentina e Uruguai, decidiu fechar seus portos aos barcos com bandeira das Malvinas.

Margaret Thatcher, de 86 anos, se retirou da política e sofre de demência senil. Em janeiro de 2012 estreará nos cinemas do mundo inteiro sua biografia, “The Iron Lady” (A dama de ferro), estrelado por Meryl Streep.

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