Testemunhas do caso Ceci Cunha são ouvidas
Julgamento do caso começou nesta segunda-feira. Talvane Albuquerque, suplente da deputada, responde pelo assassinato, ocorrido em Maceió, em 1998
O primeiro dia do julgamento dos acusados de matar a deputada federal Ceci Cunha (PSDB) foi marcado pelo depoimentos das testemunhas de acusação — entre elas, a irmã de Ceci e sobrevivente do crime, Claudinete Santos Maranhão, de 41 anos. O julgamento do assassinato que aconteceu em 1998, e ficou conhecido como Chacina da Gruta, começou por volta das 10 horas desta segunda-feira e deve durar três dias.
Claudinete relatou ao juiz federal André Luís Granja ter ouvido de um dos assassinos a frase “a deputada é esta”, narrou como conseguiu escapar dos atiradores e reconheceu um dos acusados, Jadielson.
A segunda testemunha a ser ouvida foi o soldado reformado da Polícia Militar José Jorge Farias de Melo, que contou ter sido contratado por um homem chamado Maurício Guedes, conhecido como “Chapéu de Couro”, supostamente a mando de Talvane Albuquerque, suplente de Ceci, para assassinar outro deputado, Augusto Farias. O crime teria dado errado por Farias ter descoberto o plano. Talvane, então, teria decidido matar Ceci Cunha, para assumir o cargo.
A terceira testemunha de acusação foi José Luiz dos Santos, porteiro do condomínio onde mora Talvane. Ele contou que os outros acusados costumavam visitar o então deputado.
As testemunhas de defesa, Edmilson Gomes de Novaes (ouvido por videoconferência), Aloísio Mendes de Souza e José Roberto Souza Veras, relataram ter visto ou encontrado um dos acusados, José Alexandre dos Santos, conhecido como José Piaba, em uma praça do município de Arapiraca, na região metropolitana de Maceió, no horário aproximado do crime.
O caso – O crime ficou conhecido como chacina da Gruta, pois aconteceu no bairro Gruta de Lourdes, na capital alagoana. Na noite de 16 de dezembro de 1998 a deputada estava com a família na varanda da casa do cunhado quando ela, o marido e outros dois parentes foram mortos a tiros por homens que invadiram a residência.
Para o Ministério Público Federal, o mandante do crime foi Talvane Albuquerque, então filiado ao PTN e suplente de Ceci na Câmara. Ele teria encomendado a morte da deputada para ocupar a cadeira dela e usufruir da imunidade parlamentar do cargo.
(Com Agência Estado)