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Temer reafirma envio de recursos a Roraima, o que governadora nega

Em evento no estado, presidente diz que foram liberados R$ 187 milhões para a saúde; Suely Campos (PP) chama repasse de 'inverídico' em artigo

Por Da Redação 25 ago 2018, 19h27

No mesmo dia em que a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), acusou o governo federal de mentir sobre o envio de recursos ao estado e classificou a “desatenção de Brasília” com a crise na fronteira com a Venezuela como “criminosa”, em artigo publicado no jornal “Folha de S.Paulo”, o presidente Michel Temer (MDB) reafirmou ter liberado dinheiro para a região.

“De vez em quando, dizem que o governo não colocou um centavo em Roraima, mas foram liberados mais de R$ 200 milhões em ações naquela região. Apenas na área da saúde, foram repassados R$ 187 milhões. Quando nós repassamos essas verbas para Roraima, nós estamos agindo, volto a dizer, em favor dos refugiados, mas também pelos brasileiros”, afirmou.

O presidente participou neste sábado, 25, do lançamento de uma ação médico-humanitária de médicos voluntários em Roraima.

Em seu artigo, a governadora diz que “as afirmações repassadas à imprensa, como o inverídico repasse de R$ 185 milhões para a saúde, são versões sem nenhuma comprovação, criadas em gabinetes por quem tem o poder e o dever de agir, de apresentar soluções”.

Temer também respondeu às tentativas do estado de suspender, na Justiça, o ingresso de venezuelanos no país. Segundo ele, limitar a entrada de estrangeiros no país é “incogitável e inegociável”.

“As nossas fronteiras estão abertas. É claro que disciplinadamente, porque fomos capazes, lá em Pacaraima, de organizar um sistema de ingresso que desde logo importa, por exemplo, na vacinação mais ampla em relação a todos os eventuais males físicos que a eventual entrada de venezuelanos possa acarretar para o nosso país. É uma proteção a eles próprios e para todo país”, afirmou.

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Nos últimos dias, o Palácio do Planalto havia negado a hipótese de restringir a fronteira devido ao alto fluxo de venezuelanos, em especial após os conflitos com brasileiros no último fim de semana. Após ataques a abrigos em Pacaraima, 1,2 mil refugiados retornaram à Venezuela.

De acordo com o presidente, 60% dos 127 mil venezuelanos que atravessaram a fronteira já saíram do território brasileiro em direção a outros países. Ao discursar na presença dos 36 profissionais de saúde que embarcam neste domingo (26) para Boa Vista, Temer buscou fazer um relato das ações que o governo tem promovido na região. Segundo ele, quando o Poder Público atua no acolhimento e interiorização dos venezuelanos, está ajudando também os roraimenses, ao desonerar os serviços locais de saúde, por exemplo.

“Vez ou outra há sugestão, até pleiteada judicialmente, no sentido de fechar as nossas fronteiras. Eu, desde o primeiro momento, disse que era incogitável e inegociável essa matéria. Não temos como fechar fronteiras no nosso país, sob pena de praticarmos um ato desumano em relação àqueles que vêm procurar abrigo”, disse, referindo-se ao pedido da governadora Suely Campos.

Segundo a governadora, o estado teve um “acréscimo de 6.500% na demanda de saúde dos imigrantes; 132% de acréscimo na criminalidade envolvendo venezuelanos, com 99 encarcerados” e “400 casos notificados de sarampo”.

Mutirão

Os médicos, enfermeiros e técnicos de laboratório vão passar a próxima semana divididos em nove abrigos na capital, Boa Vista, e um na cidade fronteiriça de Pacaraima.

Temer agradeceu aos voluntários e sugeriu que o trabalho sirva de exemplo para outras regiões do país. As ações do governo federal no estado, destacou, têm ocorrido “há muito tempo”. Segundo ele, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) doou mais de 80 toneladas de alimentos em 2017 e continua enviando insumos à região. Nos últimos meses, de acordo com o presidente, foram enviadas oito ambulâncias, instaladas 11 antenas para transmissão de internet de banda larga e 22 profissionais se mudaram para o estado por meio do programa Mais Médicos.

Sobre a transferência de venezuelanos para outros estados, que deve se intensificar nas próximas semanas, o presidente lembrou da complexidade do processo, que tem sido feito em articulação com diversos ministérios. “As pessoas pensam que é fácil. Como se fosse: ‘Vou pegar mil pessoas aqui e levar para estado tal’. Não é isso não, nós precisamos levá-los adequadamente. Então o que faz a Casa Civil? Contata os mais variados organismos para alugar locais para abrigá-los, formaliza desempregos, e com isso nós estamos praticamente retirando pessoas de lá pela chamada interiorização”, disse.

(com Agência Brasil)

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