Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Tarso ‘prestigia’ a soltura de Dantas e defende a PF

Por Giancarlo Lepiani
10 jul 2008, 14h30

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta quinta-feira que “prestigiou” a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de conceder um habeas corpus a Daniel Dantas e aos integrantes do Banco Opportunity detidos na Operação Satiagraha da Polícia Federal. O ministro, que trocou críticas com Mendes na semana passada, evitou um novo confronto público com o chefe do Judiciário, dizendo respeitar plenamente a decisão do Supremo.

“O fato da concessão do habeas corpus é um processo jurídico e técnico, apreciado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, que temos de prestigiar”, disse Tarso na manhã desta quinta, horas depois da soltura dos suspeitos. “Não temos nenhum juízo negativo. E nem podemos impor um juízo a respeito de um ato independente de um Poder.” O ministro ressaltou, contudo, que a PF “não prende sem necessidade” e que as prisões feitas na terça “não são arbitrárias”.

Tarso Genro também elogiou a ação dos policiais federais e disse que a libertação de Dantas não prejudicará o andamento das investigações. “Não compromete o trabalho da Polícia Federal. É um direito que o presidente do Supremo Tribunal Federal tem e que a lei permite.” Segundo o ministro, a PF prende seus suspeitos para “salvaguardar documentos para o processo probatório ou impedir que a pessoa interfira no processo de inquérito ou de fazer uma contraposição”.

Grupo de Dantas – Nas investigações da Operação Satiagraha, o banqueiro Daniel Dantas e mais dez suspeitos ligados a ele foram acusados de participação em um amplo esquema criminoso. Na madrugada desta quinta-feira, menos de dois dias depois do início da operação, todos já estavam soltos. Em função do habeas corpus concedido a onze acusados pelo presidente do Supremo, o grupo de Daniel Dantas está em liberdade. Eles haviam sido detidos na manhã de terça-feira.

O habeas corpus foi decidido no fim da noite de quarta e determinava soltura em caráter imediato dos nove suspeitos que estavam detidos — dois dos beneficiados estavam foragidos e nem chegaram a ser presos. Além de Daniel Dantas, sua irmã, Verônica (apontada pela PF como laranja do esquema), e seus executivos no Grupo Opportunity foram soltos por ordem do STF. A liminar não beneficiou o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o empresário Naji Nahas, ainda detidos.

Continua após a publicidade

Justificativa – Dantas e Verônica saíram da sede da PF em São Paulo num Mitsubishi. Antes, quatro pessoas já haviam deixado o local. Depois que o banqueiro saiu, mais três diretores foram embora. O ministro Mendes justificou a decisão dizendo que os motivos citados pelo juiz Fausto de Sanctis não sustentavam a prisão temporária. O juiz citou, por exemplo, a necessidade de obter depoimentos dos acusados e confrontá-los com as provas obtidas nas investigações da PF.

“Não há no ordenamento jurídico brasileiro prisão com a exclusiva finalidade de interrogatório dos investigados”, escreveu o presidente do STF em sua decisão. Caso o seu pedido de habeas corpus não tivesse sido concedido, Dantas ficaria preso pelo menos até o fim de semana, prazo da prisão temporária. Dantas já havia pedido habeas ao STF antes mesmo de ser detido. Depois que a operação foi iniciada e a prisão se confirmou, ele cobrou urgência na tramitação de seu pedido.

Defesa – Na véspera da soltura de seu cliente, o advogado de Daniel Dantas, Nélio Machado, voltou a ameaçar apresentar documentos comprometedores contra membros do governo como forma de defender o banqueiro das acusações. Machado já havia prometido revelar as informações na terça-feira, dia da operação. Na quarta, afirmou que não tem os documentos, mas sabe que eles existem. Os papéis foram entregues à Justiça dos EUA na disputa entre Opportunity e Citigroup.

“Como advogado, vou mensurar em que medida buscaremos trazer à tona esses dados, que poderão contribuir para a elucidação da verdade plena e não da meia-verdade”, disse Machado, segundo reportagem publicada nesta quinta pelo jornal Folha de S. Paulo. Os advogados de Nahas e Pitta também reclamaram da prisão de seus clientes na quarta. O defensor de Nahas disse que seu cliente nega todas as acusações; o de Pitta, que o ex-prefeito não participou de esquema algum.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.