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Socorrista narra ‘cena de guerra’ em local de acidente com ônibus escolar

Onze pessoas morreram no choque entre o ônibus e uma carreta em Ibitinga (SP). Corpos foram enterrados nesta quarta após velório coletivo

Por Da Redação
29 out 2014, 09h39

Mais de 12 horas após a colisão entre o ônibus e a carreta, na altura da cidade de Ibitinga, ainda era possível ver, às margens da estrada SP-304 (Rodovia Deputado Leônidas Pacheco Ferreira), marcas do acidente. Sobre o asfalto restavam ainda pares perdidos de sapato, pedaços queimados de roupa e parte do banco do coletivo retorcido pelo impacto com a carreta, que acabou em chamas.

Testemunhas do acidente afirmam que o Corpo de Bombeiros local e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não demoraram para prestar socorro. Houve ainda ajuda da Polícia Rodoviária e de ambulâncias enviadas pelas prefeituras de Ibitinga e Borborema. Mas as cenas não devem sair tão cedo da memória de quem prestou socorro. De férias na granja do cunhado, às margens do local do acidente, o funcionário público Cláudio Giradelli, de 54 anos, ainda não havia conseguido dormir. “Parecia uma cena de guerra. Gente se arrastando, várias pessoas gritando, descontroladas…”

Giradelli relata que estava em casa quando ouviu um estrondo muito forte. Da janela, avistou um clarão e logo percebeu que se tratava de uma carreta em chamas. “O fogo estava muito alto”, disse. Logo depois, vieram os gritos. Assustado, correu para a estrada.

Quando fala do que viu, o servidor contrai os lábios. De um lado, lembra que havia uma carreta em chamas. Do outro, recorda de um ônibus com a lateral direita completamente arrancada pela colisão. Por causa do impacto, vários corpos foram arremessados para o asfalto, a maior parte de jovens; outros foram parar depois do acostamento. Muitos feridos se arrastavam sobre a pista.

Ele conta que ajudou a retirar duas pessoas das ferragens do coletivo, juntamente com o cunhado. Os sobreviventes também tentavam ajudar a retirar pessoas presas em meio aos ferros retorcidos. O corre-corre, a desordem e o desespero eram grandes. “Todos estavam com medo de pegar fogo no ônibus”, diz.

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Vários caminhoneiros que passavam pela estrada também pararam e desceram para socorrer as vítimas. Os feridos eram postos em macas e levados de ambulância para os hospitais.

Histórico – O trecho onde aconteceu a tragédia com o ônibus de estudantes e docentes já registrou outros acidentes – com pelo menos cinco mortos – só no segundo semestre. A pista passa por reformas, com pavimentação de acostamento, melhorias de sinalização e recapeamento. No entanto, ainda não tem demarcações de solo, embora o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informe que o trecho é bem sinalizado.

Em 8 de julho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) vistoriou as obras na SP-304. Acompanhado de políticos e prefeitos da região, entregou um trecho de 24 quilômetros e disse esperar que as reformas de outros cinco trechos, incluindo o local do acidente, ficassem prontas até o fim do ano. Na ocasião, o governador declarou que as obras – ao custo de 210 milhões de reais – seriam “vacina contra acidentes, trazendo mais segurança aos motoristas”.

No dia 9 de agosto, quatro pessoas morreram em dois acidentes no mesmo trecho da tragédia desta terça. Em um deles – exatamente onde o ônibus dos estudantes e o caminhão colidiram -, um casal morreu e 27 passageiros de um ônibus interurbano ficaram feridos. O motorista do carro, Rivelino de Lima, e sua acompanhante, Tainá Aparecida Farrampa, morreram na hora. O veículo invadiu a pista contrária e bateu de frente em um ônibus da Viação Ibitinguense.

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No mesmo dia, a seis quilômetros dali, o comerciante Carlos Alberto Ramos morreu depois que seu carro capotou ao passar pelo desnível causado pelas obras.

Leia também:

Vítimas de acidente com ônibus são enterradas em SP

(Com Estadão Conteúdo)

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