Sobe para nove o número de mortos em confronto na Maré
Comissão de Direitos Humanos da Alerj convoca população para informar casos de abusos cometidos durante a ação policial no complexo de favelas
Subiu para nove o número de mortos no confronto entre policiais e criminosos no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro, nesta terça-feira. Entre as vítimas estão ao menos seis suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas, um sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope), identificado como Ednelson Jerônimo dos Santos Silva, de 42 anos, e Eraldo Santos da Silva, de 35, um morador da favela Nova Holanda sem ligação com criminosos.
Silva foi morto com um tiro na cabeça na noite de segunda, após um arrastão feito por bandidos na Avenida Brasil – o que deflagrou a operação policial no local. O sargento era casado, tinha dois filhos e estava há 17 anos na Polícia Militar, 13 deles no Bope. Um dos suspeitos do crime foi preso nesta manhã. Edvan Ezequiel Bezerri, conhecido como Ninho, de 29 anos, foi encontrado em uma casa na favela. Outros três homens são procurados.
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Cerca de 400 policiais militares do Bope, do Batalhão de Operações com Cães e do 22º BPM (Maré) foram deslocados para Nova Holanda, à procura de mais traficantes, armas e drogas. Já foram apreendidos quatro fuzis, duas submetralhadoras e uma metralhadora, além de mais de 10.000 papelotes de cocaína e maconha. Homens da Força Nacional de Segurança reforçam a segurança.
Entre os moradores, o medo é crescente. Comércio e escolas locais foram fechados e há casas sem luz nem telefone. Um grupo que protestava no entorno da Avenida Brasil foi dispersado pela polícia com bombas de efeito moral. Os manifestantes, por sua vez, atiraram pedras contra os agentes. Um cordão de isolamento da polícia impede que o protesto avance pela via.
Em seu perfil no Facebook, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), convocou a população a relatar casos de abusos cometidos pela polícia durante a operação. Uma reunião foi marcada no Observatório de Favelas, com a participação de instituições locais e entidades de direitos humanos.
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