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Sob tensão, BH reforça efetivo em dia de jogo e protestos

Com clima beligerante, governo diz que PM só vai reagir contra agressores, troca bloqueios ao redor do Mineirão e espalha ambulâncias pela capital

Por Felipe Frazão 26 jun 2013, 06h45

Com todos os holofotes do país voltados a Belo Horizonte por causa dos protestos marcados para esta quarta-feira, dia do jogo entre Brasil e Uruguai no Mineirão pela Copa das Confederações, o governo do estado de Minas Gerais alterou a estratégia de segurança do evento. O governador Antonio Anastasia (PSDB) disse na noite de terça-feira que a Polícia Militar (PM) só vai reagir contra vândalos que agredirem policiais ou promoverem depredações. O governador também firmou acordo com manifestantes para que o principal bloqueio de acesso ao estádio, na Avenida Abrahão Caram, seja formado apenas por grades, com policiais monitorando “a distância considerável”. Cerca de 100.000 pessoas devem participar da marcha, que sairá ao meio-dia da Praça Sete, centro da capital.

A PM, por sua vez, divulgou um novo mapa de bloqueios a manifestantes no perímetro de segurança da Fifa, de dois quilômetros ao redor do estádio. Nele, os pontos de cerco policial caem de cinco para quatro, já que a barreira no Viaduto José de Alencar, que constava no mapa da partida de sábado, não aparece mais. O efetivo, porém, aumentou em cerca de 2.000 militares e soma agora 5.467 PMs, segundo o governo.

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Vandalismo – O governador anunciou as medidas após se reunir por mais de três horas com dez representantes do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa 2014 (Copac). “As recomendações dadas às forças de segurança, PM e Polícia Civil, são de tranquilidade, serenidade e muita cautela. E que a eventual resposta às agressões que venham a sofrer seja limitada àqueles que tenham feito agressões”, disse Anastasia. “O governo garante a livre manifestação pacífica. É nosso dever dar segurança aos manifestantes e a todas as pessoas.” O discurso de Anastasia difere do tom de Marcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte, que cobrara na segunda-feira atuação mais contundente da PM. Segundo Lacerda, a PM “prendeu pouco” nos protestos anteriores. Anastasia contemporizou. Para ele, Lacerda se referiu apenas “aos agressores”.

Na onda de protestos, o comando da PM já afirmou ser “muito difícil” distinguir entre os manifestantes quais são baderneiros e tem pedido a manifestantes que acusem os vândalos. Membros do Copac, no entanto, disseram considerar as depredações um “ato de protesto” e não têm intenção de colaborar na identificação dos grupos violentos. Um dos integrantes do grupo, que milita por moradia e transporte, Rafael Bittencourt disse que a atuação da PM foi uma “repressão desmedida sobre a maioria dos manifestantes” e que o grupo “não responde nem tem controle” pelo protesto todo, mas contribuirá para que ele seja “pacífico”.

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Trajeto – A Justiça Federal em Minas Gerais negou pedido da Defensoria Pública da União para que o protesto pudesse ultrapassar os bloqueios, mas manifestantes devem mais uma vez marchar da Praça Sete ao Mineirão. A PM pediu que manifestantes fiquem na região da praça. Os pontos de maior expectativa de conflito são os arredores do estádio e o centro, próximo ao local de concentração e a prédios públicos. A Avenida Antônio Carlos, rota da passeata, tem diversos canteiros de obras de um corredor de ônibus, com farto material para vandalismo: pedaços de madeira, ferro e pedras. Concessionárias de carro e agências bancárias fecharam suas fachadas com tapumes. Escolas liberaram alunos.

O clima na cidade é de apreensão. Cerca de 250 policiais civis, em greve, queimaram um caixão em protesto na Praça Sete. O prefeito Marcio Lacerda decretou feriado municipal. O governador, ponto facultativo. Entidades sindicais de professores, médicos, enfermeiros prometem levar mais manifestantes à marcha desta quarta. Há expectativa de que um grupo vá até o hotel da seleção brasileira pela manhã. Um dos principais shoppings, o Pátio Savassi, ficará fechado durante todo o dia.

UFMG – As atividades na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foram suspensas e o acesso passou a ser controlado. A situação irritou alunos e eles ocuparam nesta terça-feira o saguão da reitoria no campus Pampulha, que está dentro da zona de restrição gerenciada pela Fifa. O campus serviu de base para ações da Força Nacional de Segurança, o que motivou mais protesto dos alunos. O Conselho Universitário, porém, afirmou por nota que o campus não será mais usado como base da polícia. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) promoveu uma assembleia pela desocupação do prédio, mas alunos dissidentes se recusaram a sair. Alguns participantes disseram apoiar vândalos a “quebrar tudo”, enquanto outros defenderam adesão à passeata pacífica.

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Atendimento – O governo também afirmou que a estrutura de resgate estará reforçada, com mais de 500 profissionais de saúde e segurança. Além de policiais, ambulâncias e bombeiros foram deslocados para o Parque Municipal, arredores do estádio, Praça Sete e as sedes do governo, prefeitura, Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores – fora os hotéis onde se hospedam as seleções brasileira e uruguaia.

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