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Sob a gestão de Graziano, FAO prioriza fome na África

Por Da Redação
3 jan 2012, 16h25

Por Andrei Netto, correspondente

Paris – Sob a gestão de José Graziano, ex-ministro de Segurança Alimentar do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) vai priorizar o combate à fome na África. As prioridades do novo diretor-geral foram anunciadas à imprensa internacional hoje, em Roma, em sua primeira entrevista à frente da instituição. Entre elas, não consta a implantação do programa Fome Zero, vitrine do governo brasileiro, em nível internacional.

Eleito em junho, Graziano concedeu entrevista a uma plateia de jornalistas de todo o mundo que lotaram a sala reservada pela FAO. Falando em inglês, espanhol e português, o ex-ministro apresentou as estratégias e os objetivos de sua gestão: erradicar a fome, protegendo os recursos naturais e promovendo ações de mitigação das mudanças climáticas. Prometeu ainda dar continuidade à reforma da instituição, com a redução de custos administrativos e de sua burocracia e com a intensificação dos trabalhos de campo, levando o auxílio técnico direto aos produtores rurais.

Para Graziano, embora haja bolsões de pobreza e de fome em diferentes regiões do globo, a prioridade da FAO deve ser a África. “A África será a minha prioridade durante o meu mandato”, reiterou em diversos momentos. Para ressaltar sua determinação, o diretor afirmou que visitará os países do chamado Corno da África – região nordeste do continente onde se situam o Djibuti, a Etiópia, a Eritreia e a Somália – e participará da reunião de cúpula da União Africana neste ano. “A FAO deve estar onde a fome é maior”, disse, lembrando que produtores rurais desses países não têm condições de chegar até os países doadores para lhes solicitar recursos. “Nós vamos ajudá-los”, garantiu, repetindo que “é muito barato erradicar a fome” do que enfrentar os custos gerados por doenças decorrentes da miséria.

Questionado sobre se a experiência do programa Fome Zero no Brasil poderia ser expandida a outras regiões com o mesmo sucesso, Graziano elogiou os resultados obtidos a partir de um investimento de US$ 2 bilhões em 2003, mas lembrou que o montante é quatro vezes maior do que o orçamento da FAO em 2012. Pragmático, advertiu ainda que o Fome Zero não era apenas uma medida, mas um conjunto de mais de 60 ações em diferentes regiões do país. “É importante que cada país enfrente a fome de baseado em suas experiências locais”, ponderou, lembrando que programas de transferência de renda como o Bolsa Família passam, por exemplo, pela organização dos Estados e pela existência de um sistema bancário – o que muitas vezes inexiste na África. “Não existe bala de prata para acabar com a fome”, frisou.

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Sob a direção do brasileiro, a FAO vai se organizar em grupos de trabalho e em conselhos de políticas e preparará uma “resposta emergencial e sustentável de desenvolvimento”. Segundo Graziano, a instituição vai aprofundar a transparência e a democracia nas decisões e fomentar as trocas de experiências entre países do Hemisfério Sul, sempre tentando estreitar os vínculos com os governos de todos os países-membros.

Outras agências da ONU, institutos de pesquisa, a sociedade e a iniciativa privada também serão chamadas a contribuir com o objetivo de alcançar as Metas do Milênio para a redução da miséria e da fome. “Ninguém, seja a FAO ou outra agência, vai vencer essa guerra sozinho”, ponderou.

Em sinal de uma política de conciliação entre o capital e os movimentos sociais, Graziano informou que vai participar do Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre, e também do Fórum Econômico Mundial (WSF), em Davos, em janeiro.

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