A advogada Razan Zeitune e o caricaturista Ali Farzat, dois sírios dos cinco laureados com o Sakharov 2011, não estarão presentes, na quarta-feira, em Estrasburgo (França), à solenidade de entrega do prêmio, anunciou, nesta terça, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.
“Nossos amigos sírios estão tentando lutar por seus direitos mas, por motivos evidentes, não poderão estar conosco”, declarou durante um debate sobre a situação dos direitos humanos no país.
Segundo o serviço de imprensa do Parlamento Europeu, Razan Zeitune, de 34 anos, que dirige os comitês de coordenação da revolta síria, “vive atualmente na clandestinidade em seu país, onde é acusada de ser agente a serviço do estrangeiro”.
O caricaturista Farzat, agredido em agosto pelas forças de segurança, que quebraram suas mãos, refugiou-se no Kuwait. Devido à sua situação administrativa, não pôde preparar a viagem para Estrasburgo, acrescentou uma porta-voz do Parlamento, mas poderia dirigir-se aos eurodeputados durante a cerimônia de entrega dos prêmios, mediante uma conexão por vídeo.
A Síria vem sendo cenário, desde meados de março, de um movimento de contestação ao regime do presidente Bashar al-Assad.
O Parlamento Europeu premia anualmente um defensor dos direitos humanos e da democracia.
Além de Zeitune e Farzat, vai recompensar, também, a título póstumo, o tunisiano Mohamed Buazizi, que se imolou com fogo, dando início à revolta contra o regime de Zine el Abidine ben Ali.
Também foram escolhidos a ativista egípcia Asmaa Mahfuz e o dissidente líbio Ahmed al Zubair Ahmed al-Sanusi.