Sete Lagoas: nascida para o alto
Há quatro décadas que a cidade se destaca pela produção industrial. Mas a diversificação econômica é uma evolução recente
O lema de Sete Lagoas é “nascida para alto” e está escrito em latim na sua bandeira. Mas o primeiro boom econômico só viria com a chegada das empresas de siderurgia nos anos 70. As características naturais e demográficas de Sete Lagoas, a proximidade com Belo Horizonte, que fica a 70 quilômetros, o acesso à rede ferroviária e aos principais centros de mineração de Minas Gerais eram uma vantagem importante. Além disso, havia mão de obra a um custo relativamente baixo.
Hoje, são 28 siderúrgicas presentes na cidade. Durante três décadas, essa foi a base da atividade econômica de Sete Lagoas. Havia emprego e o município tinha um volume expressivo de exportações, mas a produção do ferro-gusa não exigia grandes progressos tecnológicos nem mão de obra bem paga. “Apesar da diversificação de sua economia, Sete Lagoas ainda tem a maior produção independente de ferro-gusa no Estado de Minas Gerais”, afirma Fausto Varela Cançado, presidente do Sindicato de Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais.
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O salto seguinte só viria em 2001, quando a Iveco instalou na cidade uma fábrica de veículos pesados. Nos anos seguintes, vieram a Ambev, Elma Chips, Brennad Cimentos e outras empresas. De novo, a logística e a localização ajudaram. Boas rodovias para os padrões brasileiros, além de fácil acesso a capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Goiânia foram os principais incentivos.
O novo perfil industrial aumentou a exigência por engenheiros, técnicos e operários qualificados para atuar na linha de produção. Muitos vieram de fora da cidade; mas, no cenário global, isso elevou a média dos salários de Sete Lagoas. “A chegada da Iveco trouxe a segunda revolução para cidade. Muitos serviços, como educação, melhoraram e o setor de comércio se expandiu”, afirma Flávio Fonseca, presidente da Associação Comercial e Industrial de Sete Lagoas.
Os números comprovam a aceleração econômica de Sete Lagoas: entre 2000 e 2010, o PIB do município de 230.000 habitantes cresceu mais de 500%, o dobro da média nacional.
Sete Lagoas tem problemas; o saneamento básico atende apenas 10% da população, as ruas são esburacadas e a violência é maior do que a do restante de Minas Gerais. Será preciso resolver esses entraves para assegurar a continuidade do crescimento que se desenha para os próximos anos.
Infográfico: A Expedição VEJA, quilômetro a quilômetro
Mural: A Expedição nas redes sociais
A saturação imobiliária de Belo Horizonte, que tem poucos espaços desocupados, deve empurrar o fluxo de crescimento para o chamado Eixo Norte, do qual fazem parte a Cidade Administrativa do governo estadual e o aeroporto de Confins. Sete Lagoas vai ficar mais perto da capital.
A cidade nascida para o alto, entretanto, ainda busca o início de um ciclo similar ao de outras cidades pelas quais passou a Expedição VEJA: parte dos recursos gerados pelas grandes empresas precisa ser destinada à formação de mão de obra qualificada, o que permite que moradores locais supram a demanda das grandes empresas. Isso elevaria a renda média da cidade e criaria um efeito cascata sobre os setores de comércio e serviços. Este é um passo indispensável para a diversificação econômica.
Datas* | Cidade |
---|---|
6/5 | Jundiaí/SP |
7/5 | Joinville/SC |
9/5 | Não-me-toque/RS |
11/5 | Guarapuava/PR |
12/5 | Três Lagoas/MS |
14/5 | Rondonópolis/MT |
15/5 | Sorriso/MT |
17/5 | Barra do Garças/MT |
18/5 | Brasília/DF |
19/5 | Luis Eduardo Magalhães/BA |
21/5 | Cristino Castro/PI |
22/5 | Picos/PI |
23/5 | São Gonçalo do Amarante/CE |
25/5 | Iguatu/CE |
26/5 | Petrolina/PE |
28/5 | Irecê/BA |
29/5 | Janaúba/MG |
30/5 | Sete Lagoas/MG |
1/6 | Porto Real/RJ |
3/6 | São José dos Campos/SP |