Sequestradores de sogra de Ecclestone iriam receber R$ 20 mil
Impresão digital e e-mail levaram a polícia até os dois criminosos presos ontem; investigadores procuram mandante do crime
Os dois homens presos pela polícia pelo sequestro de Aparecida Schunck Flosi Palmeira, de 67 anos, sogra do empresário da Fórmula-1 Bernie Ecclestone, disseram que iam receber 20.000 reais cada um para manter Aparecida em cativeiro. A Polícia Civil investiga agora quem seria o mandante do crime. “Existem outros envolvidos”, disse a delegada Elizabete Ferreira Sato.
A quebra do sigilo do e-mail de um dos sequestradores e as impressões digitais deixadas por eles em um carro foram as pistas que permitiram à Divisão Antissequestro (DAS) chegar a Vitor Oliveira Amorim e Davi Vicente Azevedo, que foram presos neste domingo numa chácara em Cotia, onde a sogra de Ecclestone estava encarcerada há nove dias.
O primeiro já era procurado pela Justiça por outros crimes, enquanto o segundo já havia sido preso por roubo. Eles usaram um e-mail para pedir 120 milhões de resgate à família de Aparecida. Por meio da quebra do sigilo, a DAS identificou Azevedo. Confrontado com a presença de suas impressões digitais no carro da vítima, o acusado decidiu colaborar e levou os policiais até o cativeiro. A mulher estava dentro da chácara e era vigiada pelo outro homem que foi detido — Amorim.
Durante os contatos com a família, os bandidos exigiram que o resgate fosse entregue em quatro sacos por um helicóptero. O dinheiro não foi pago. A polícia mantinha contato com a família e desaconselhou que Ecclestone viesse ao Brasil para acompanhar o caso. Bernie permaneceu na Inglaterra com sua mulher, Fernanda.
O sequestro aconteceu no início da tarde do dia 22 de julho. Dois homens tocaram o interfone da casa de Aparecida, anunciando que estavam ali para fazer a entrega de móveis que ela, de fato, estava aguardando. Ela se adiantou às duas funcionárias da casa e foi abrir o portão. Acabou dominada pelos criminosos, que lhes disseram que se tratava de um sequestro e que a ação era uma “fita dada”. Ou seja, que alguém lhes havia passado informações sobre a vítima.
Após render as funcionárias, os bandidos obrigaram Aparecida a entrar no carro da família e fugiram com ela. O veículo foi encontrado mais tarde pela polícia na Rodovia Raposo Tavares, na região do Rio Pequeno, na Zona Oeste de São Paulo.
(Com Estadão Conteúdo)