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Senador é investigado por negócio suspeito com fundo de pensão

STF autoriza quebra de sigilo bancário do BVA para MPF apurar investimento feito pela Petros -- que teria ingerência do ex-ministro Edison Lobão

Por Thiago Bronzatto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 set 2016, 17h50 - Publicado em 6 set 2016, 15h00

O senador Edison Lobão (PMDB-MA) está sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República por uma suposta fraude no fundo de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras. Investigadores do grupo de trabalho da Operação Lava-Jato solicitaram ao ministro Teori Zavascki, relator do petrolão no Supremo Tribunal Federal, acesso a documentos do Banco Central sobre a intervenção do falido banco BVA. O objetivo é apurar se o ex-ministro de Minas e Energia teve ingerência num investimento feito pela Petros num fundo estruturado pela instituição financeira. O pedido de afastamento de sigilo bancário foi deferido pela Corte.

A investigação sigilosa é baseada num capítulo da delação premiada de Nestor Cerveró na Lava-Jato. O ex-diretor da Petrobras contou em sua colaboração que, entre 2009 e 2010, recebeu uma ligação de Lobão. O então ministro reclamou de um funcionário de Cerveró, que fazia parte do comitê de investimento da Petros e estava criando obstáculos para a aprovação de um aporte de recursos da fundação num fundo criado pelo BVA. “O negócio envolvia interesses de Edison Lobão”, disse o ex-diretor da estatal preso na Lava-Jato. Segundo Cerveró, o peemedebista é amigo do dono do banco, José Augusto Ferreira dos Santos.

A Petros desembolsou ao todo 256 milhões de reais para investir no fundo Multiner, constituído pela gestora de recursos Vitória Asset Management, ligada ao BVA. O fundo tinha participação acionária na empresa Multiner, dona de projetos e empreendimentos no setor de energia. Desde o início da sua operação, a companhia só operou no vermelho. O prejuízo acumulado entre 2007 e 2015 atingiu quase 1 bilhão de reais.

Além da Petros, outros fundos de pensão como o Postalis, dos Correios, e a Funcef, da Caixa Econômica Federal,  aportaram recursos no projeto estruturado pelo BVA. A fundação dos carteiros foi comandada até meados de 2012 por Alexej Predtechensky, que também integrava o comitê de investimento do instituto. Conhecido como “Russo”, Alexej foi indicado por Lobão à presidência do Postalis, segundo maior acionista do fundo Multiner.

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De acordo com o pedido de busca e apreensão feito à Justiça Federal pelo Ministério Público Federal na Operação Greenfield, a organização criminosa que provocou um rombo de mais de 8 bilhões de reais nos maiores fundos de pensão do Brasil contava com uma suposta participação de um “núcleo político”. Esse grupo, segundo investigadores, tinha “clara ascendência sobre os diretores dos fundos de pensão que são indicados pelas entidades patrocinadoras (Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Petrobras e Correios)”.

O envolvimento de parlamentares na fraude das fundações ficou de fora da primeira etapa das apurações, porque o foco do inquérito eram o núcleo econômico, formado por empresários, e o de dirigentes de fundos de pensão.

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