Seis PMs são indiciados por chacina em Campinas (SP)
Cinco estão presos; há suspeitas de que militares tenham participado dos outros assassinatos
Seis policiais militares de Campinas foram indiciados na manhã desta quarta-feira pelo assassinato de uma das doze vítimas das execuções em série ocorridas nos dias 12 e 13 de janeiro, após o assassinato de um PM na mesma região da cidade no interior paulista. Cinco dos seis policiais já estão presos. A força-tarefa da Polícia Civil considera ter provas contra os seis no caso da morte do adolescente Joab Gama das Neves, de 17 anos. Joab foi a primeira vítima da chacina. As outras 11 mortes ocorreram em um período de quatro horas, em pontos distintos da cidade. Os corpos tinham características de execução, segundo a polícia.
Ainda não é possível afirmar se as outras mortes também foram comandadas pelos policiais indiciados, segundo informações divulgadas pela polícia Civil e pelo Ministério Público. “Ainda não temos provas para apontar a participação deles nas demais mortes, mas há elementos que reforçam a suspeita. Outros PMs ainda são investigados”, afirmou Julio César Fernandes , ouvidor das Polícias de São Paulo.
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Segundo as investigações, os policiais teriam montado um plano de reação ao assassinato do policial, horas antes das chacinas.
Relembre o caso – A chacina começou após o assassinato de um PM de folga durante uma tentativa de roubo, em um posto de combustível de Campinas. Arides Luis dos Santos, de 44 anos, estava com a mulher abastecendo o carro quando foi abordado pelos criminosos. Ele tentou desarmar um dos bandidos e levou um tiro na cabeça. Horas depois, por volta das 21h30, ocorreu a primeira morte. Os demais crimes aconteceram em um intervalo de quatro horas, em bairros da região do Ouro Verde, onde o policial foi morto.