Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Se eleita, Marina deve pôr em xeque modelo de coalizão

Candidata do PSB pode formar terceira maior bancada da Câmara dos Deputados caso tucanos integrem o seu eventual governo

Por Da Redação
31 ago 2014, 11h17

Com uma base no Congresso que deverá ser semelhante à do ex-presidente Fernando Collor, a eventual eleição da candidata do PSB, Marina Silva, deve pôr em xeque o modelo de presidencialismo de coalizão que sustenta as relações do Executivo com o Legislativo desde a redemocratização, em 1985, e deverá levá-la a uma dependência grande do PSDB.

Como há uma rejeição forte do grupo da candidata ao PMDB, e o PT já sinaliza que migrará para a oposição se Marina for eleita, a expectativa é que a sigla tucana integre o centro de forças de um eventual governo de Marina Silva, formando a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, atrás de petistas e peemedebistas.

A agenda legislativa anunciada por Marina até o momento reforça essa expectativa: ela pretende aprovar duas grandes reformas constitucionais, a política e a tributária, que precisam do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados federais.

Leia também:

‘Autoritário é quem acha que pode governar só com partidos’, afirma vice de Marina

Continua após a publicidade

Marina diz que campanha incluiu capítulo ‘sem mediação’

PSDB – Outro motivo da dependência do PSDB é o fato de o PSB ter boa interlocução com os tucanos. São três os principais nomes a fazer esta ponte. O deputado Márcio França (PSB), que nesta eleição concorre como vice do governador Geraldo Alckmin; Walter Feldman (PSB), atual coordenador da campanha de Marina e ex-tucano; e Roberto Freire (SP), presidente do PPS, antigo aliado do PSDB. Além deles, o ex-governador José Serra (PSDB), que concorre ao Senado por São Paulo, é um interlocutor no partido. A ex-ministra já declarou que gostaria de contar com o apoio de Serra caso ele seja eleito.

Por meio do PSDB, outros partidos poderiam aos poucos aderir a um eventual governo Marina e lhe dar a maioria que ela precisa. Caso, por exemplo, do PSD de Gilberto Kassab. Secretário-geral do partido, o ex-deputado Saulo Queiroz acha que o PSDB não terá outro caminho a não ser apoiá-la e diz que a sua própria sigla poderia integrar sua base.

“Todo mundo que não está no jogo da Dilma poderá fazer o jogo da Marina. Não mantivemos nenhum cargo no governo Dilma. O único que temos é uma indicação pessoal dela, não do partido. Até mesmo uma aproximação com o PSD é perfeitamente viável, por que não?”, diz Queiroz.

Continua após a publicidade

Apoio – Estimativa feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que Marina teria um apoio consistente de 80 a 120 deputados, no máximo, na próxima legislatura. Esse seria o chamado “núcleo duro” da presidente, formado por parlamentares eleitos pela coligação dela e de outros que passam a apoiar o governo após as eleições.

Marina também deve ter o apoio condicionado de 213 a 253 deputados. O Diap prevê que 180 deputados fariam oposição frontal a uma gestão Marina. Os dados são semelhantes aos que Collor teve durante seu governo, entre 1990 e 1992. Para a aprovação de um projeto de lei, são necessários 257 dos 513 deputados. Para emendas constitucionais, são necessários 308 votos.

Modelo Itamar – O modelo idealizado é o mesmo colocado em prática pelo presidente Itamar Franco (1992-1994): escolhas pessoais para os ministérios e maiorias eventuais para aprovar projetos. “Duvido que alguém vá querer um ministério, uma emenda e que o governo vai pressionar alguém para votar”, afirmou o senador Pedro Simon, líder do governo Itamar no Senado e aliado de Marina. Ele citou como padrão de comportamento a aprovação das propostas que culminaram na criação do Plano Real.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.