Por Rosa Costa
Brasília – Um dia depois de a bancada do PMDB se unir em discursos inflamados contra a demora do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgar recurso do senador eleito Jader Barbalho (PA), barrado pela Lei da Ficha Limpa para assumir o mandato na Casa, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tentou minimizar a iniciativa. Ele negou a intenção de procurar ministros do Supremo ou de pressionar o tribunal.
Para Sarney, o que houve foi uma nota de solidariedade a Jader e não a tentativa de interferir na decisão da Corte. “Foi uma nota de solidariedade e de respeito à Justiça”, disse. “Esse é um problema jurídico do candidato, foi uma coisa política de solidariedade”. Sarney garantiu que em nenhum momento os peemedebistas aventaram a ideia de levar a reivindicação ao presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso. “Isso não foi falado e não tem nada marcado para tratar desse assunto”, informou o senador.
Jader foi candidato ao Senado nas eleições de 2010 e barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa, por ter renunciado a mandato de senador, quando enfrentava processo de cassação em 2001, sob a acusação de desvio de recursos do Banpará. Como o Supremo decidiu que a Lei da Ficha Limpa não seria aplicada no ano passado, Jader recorreu e tenta retomar a vaga, hoje ocupada pela senadora Marinor Brito (PSOL-PA).