São Paulo fecha semana caótica com o maior trânsito da história
Cidade registrou 344 quilômetros de vias paradas; greve de motoristas de ônibus ainda afeta dez cidades da Grande São Paulo nesta sexta
Como se não bastasse os três dias de caos com a greve de motoristas e cobradores de ônibus nesta semana, o paulistano enfrentou na noite de sexta-feira o maior trânsito da história de São Paulo: 344 quilômetros de vias paradas às 19h, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O índice superou o recorde anterior, de novembro do ano passado, quando foram contabilizados 309 quilômetros de engarrafamentos. A taxa começou a baixar por volta das 19h30, quando chegou a 307 quilômetros.
Ao contrário dos dias anteriores, marcados por protestos que interditaram as principais artérias da capital, nesta sexta-feira nenhuma ocorrência foi registrada. Uma das explicações para o enorme congestionamento, além da chuva, foi a greve de motoristas de ônibus que atingiu dez cidades da Grande São Paulo, paralisando as linhas intermunicipais.
A pior via, de acordo com a CET, foi a marginal Tietê, com 21,2 quilômetros parados. A Zona Sul foi a região mais congestionada, com 97 quilômetros de lentidão às 20h. A medição do trânsito começou a ser feita pela CET em 1986.
Greve – Na última terça-feira, uma greve-surprese de cobradores e motoristas de ônibus dissidentes do sindicato da categoria travou a cidade. O grupo bloqueou terminais em diversas regiões da cidade e impediu que alguns ônibus circulassem, esvaziando pneus e deixando veículos parados nos corredores e garagens dos coletivos. A paralisação que durou dois dias foi motivada por um racha o sindicato que discordou do percentual de reajuste salarial negociado pelo sindicato com as empresas.
Nesta quinta-feira, após o fim da paralisação na capital paulista, a greve se espalhou para dez cidades da Grande São Paulo, como São Bernardo, Carapicuíba e Osasco, uma das mais afetadas, que teve 95% da frota interrompida. A Viação Osasco e a Mobi Brasil, que atende Diadema e São Bernardo, continuam paralisadas.