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RS: esquema aprovava licenças em tempo recorde

Interessados nas autorizações ambientais acionavam despachantes ligados a servidores públicos dispostos a emitir os documentos em troca de propinas

Por Da Redação
29 abr 2013, 15h20

Os delegados da Polícia Federal (PF) que participaram das investigações da Operação Concutare explicaram que o esquema fraudulento de emissões de licenças ambientais desarticulado no Rio Grande do Sul tinha diversos operadores independentes que formavam várias quadrilhas. O delegado Thiago Machado destacou, no esquema, as licenças eram emitidas em tempo recorde – uma delas saiu em apenas uma tarde. “É um recorde nacional”, ironizou.

Durante entrevista coletiva, nesta segunda-feira, em Porto Alegre, eles contaram que empresários interessados nas autorizações acionavam despachantes conectados a funcionários de órgãos de meio ambiente, estaduais e municipais, dispostos a emitir os documentos em troca de propinas em dinheiro e presentes. Quando os empresários já conheciam os servidores corruptos, faziam contato diretamente, sem a ajuda de intermediários.

A PF investigava as fraudes desde junho do ano passado e, nesta segunda-feira, cumpriu dezoito mandados de prisão temporária emitidos pela Justiça Federal em cinco municípios gaúchos – Porto Alegre, Caçapava do Sul, Caxias do Sul, São Luiz Gonzaga, Santa Cruz do Sul e em Florianópolis (SC). Alegando que a investigação está sob segredo de Justiça, a PF não citou os nomes dos suspeitos e nem o papel que tinham no esquema. Os delegados admitiram, no entanto, que são empresários, despachantes e agentes públicos.

Secretários – Entre os detidos na operação estão os secretários de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Carlos Fernando Niedersberg (PC do B); e de Porto Alegre, Luiz Fernando Zachia (PMDB). Também foi detido Berfran Rosado (PPS), secretário do Meio Ambiente do estado durante o governo Yeda Crusius (PSDB). O governador Tarso Genro (PT) e o prefeito José Fortunati (PDT) determinaram o afastamento de seus secretários e de qualquer servidor que esteja envolvido no esquema. Ambos afirmaram que a medida é preventiva e não significa um juízo de valor sobre a conduta dos envolvidos.

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A maioria das licenças suspeitas de fraude encontradas pelos investigadores era destinada a atividades de mineração e a obras de empreendimentos imobiliários na capital e no litoral gaúcho. A investigação prossegue com a análise do material apreendido por uma equipe de peritos. A PF prevê que, no final do inquérito, no prazo de um mês, cerca de cinquenta pessoas serão indiciadas por crimes como corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, crimes ambientais e lavagem de dinheiro.

(Com Estadão Conteúdo)

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