Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Rio começa o ano com dívida de R$ 3 bilhões e segurança comprometida

Segundo ex-secretário da Casa Civil de Crivella, carros da Guarda Municipal estão sem gasolina

Por Maria Clara Vieira Atualizado em 8 jan 2020, 16h09 - Publicado em 8 jan 2020, 16h00

Em reunião realizada na Câmara dos Vereadores do Rio na última terça-feira, 7, o secretário municipal da Fazenda, César Barbiero, informou que a capital fluminense abre 2020 com uma dívida de 3,2 bilhões de reais. Segundo a Comissão de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara, deste montante, cerca de 2 bilhões se referem a restos a pagar do ano de 2019. De acordo com o vereador Paulo Messina (PSD), que foi secretário da Casa Civil do prefeito Marcelo Crivella, os “restos a pagar” apontados pela comissão englobam praticamente todo o custeio da prefeitura, impactando as áreas da saúde e segurança. “O município recebe cerca de 1 bilhão por mês, e isso é praticamente o custo da folha de pagamento”, explica o parlamentar. “Falta gaze em hospitais e gasolina para os carros da Guarda Municipal, que também está sem vale-alimentação”, disse Messina a VEJA.

O saldo negativo de 2019 repete desequilíbrios da balança em 2017 e 2018, quando foram registrados déficits de 2 bilhões e 3,2 bilhões respectivamente. A principal aposta da Fazenda para equilibrar as contas é a captação  de recursos no mercado através de uma operação de securitização dos créditos da dívida ativa. Neste modelo, bancos investidores comprariam da Prefeitura títulos que teriam como lastro a cobrança de impostos de contribuintes inadimplentes.

A medida, entretanto, pode não ser tão efetiva quando a prefeitura espera. “Ao usar como fonte de financiamento do fluxo de caixa uma expectativa de pagamento, o governo está comprometendo receitas e, em última instância, prorrogando o déficit”, diz a economista Juliana Damasceno, do Instituto Mercado Popular.

“Uma securitização bem feita deveria alongar a dívida e reduzir os juros, mas a recessão econômica e a crise financeira d Estado do Rio atrapalham o processp. Mesmo que a prefeitura emita títulos com prazo de dez anos, terá dificuldade em encontrar bancos que banquem a dívida”, alerta o economista Istvan Kazsnar, da Fundação Getúlio Vargas. Segundo Kazsnar, a renegociação constante dos “restos a pagar” – que, quase sempre, são dívidas com fornecedores – pode levar ao descrédito da Prefeitura do Rio. “Quando o governo reduz o retorno financeiro dos fornecedores, a tendência é que eles encerrem os contratos, criando a necessidade de novas licitações – que também têm um custo”, alerta.

Continua após a publicidade

Procurada por VEJA para esclarecer o impacto do déficit público em áreas críticas, como saúde, segurança e educação, a Prefeitura não se manifestou até a publicação da reportagem.

Com reportagem de Cássio Bruno

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.