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Revés na reforma trabalhista é duro golpe para um Temer nas cordas

Com baixa popularidade e investigado por crimes graves, presidente esgrimia a capacidade de aprovar reformas como seu principal trunfo para seguir no cargo

Por José Benedito da Silva Atualizado em 30 jul 2020, 20h42 - Publicado em 20 jun 2017, 14h35

A derrota sofrida por Michel Temer (PMDB) na votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado foi um duro golpe para um presidente que tenta se manter no cargo acossado por uma investigação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal que apura, entre outros, a existência de crime de corrupção passiva.

A capacidade de tocar a aprovação das reformas no Congresso Nacional era o principal argumento esgrimido por Temer para manter ao seu lado aliados hesitantes, como o PSDB, que mais de uma vez justificou o seu apoio ao combalido governo com a necessidade de aprovar as mudanças econômicas.

Também era o principal argumento para ter algum apoio do mercado e de setores empresariais, que continuavam a dar sustentação, mesmo que tímida ao governo, porque via nele a possibilidade de levar até o fim as reformas trabalhista e da Previdência. A decepção foi visível: logo após o resultado no Senado, a Bolsa de Valores de São Paulo caiu e o dólar subiu.

Em vários momentos, Temer chegou a dizer que a baixa popularidade que ostenta – 9% de ótimo e bom, segundo a última pesquisa Datafolha, índice parecido ao que Dilma Rousseff (PT) tinha antes da queda – era até um trunfo de que ele dispunha para tocar as reformas, rejeitadas pela ampla maioria da população.

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A derrota na comissão do Senado não é o fim da linha para Temer, que ainda pode tentar passar a sua proposta na votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas é um sinal muito ruim para quem ainda dava algum voto de confiança ao peemedebista.

Não à toa, a oposição comemorou aos gritos de “Fora Temer” a vitória por 10 votos a 9 – o governo esperava 11 votos a 8.  O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), celebrava o triunfo inédito da oposição sobre a base aliada.  O senador Humberto Costa (PT-PE) classificou o resultado como “a maior derrota do governo Temer”. “É uma vitória da oposição e do povo brasileiro”, disse.

Mais preocupante é que a rejeição ao texto do relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que era patrocinado pelo governo, foi apoiada pelos votos de senadores com os quais Temer contava, como Hélio José (DF), que é de seu partido, o PMDB, e de Eduardo Amorim (SE), que é do PSDB, partido em tese alinhado às reformas.

Sérgio Petecão (PSD-AC), aliado de Temer e das reformas, surpreendeu o governo ao não aparecer para votar – foi substituído por Otto Alencar (PSD-BA), que se posicionou contra e selou a derrota governista na comissão.

A base aliada precisa reagir rápido, já nesta quarta-feira, quando está prevista a votação da proposta na CCJ, cujo relator é Romero Jucá (PMDB-RR), um dos principais articuladores de Temer no Congresso. Uma nova derrota será desastrosa para o governo.

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