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Resultado da reconstituição vai determinar se jovens que mataram Rafael Mascarenhas disputavam racha

Testemunhas da morte do filho de Cissa Guimarães reproduzem em simulação, separadamente, todos os passos da madrugada do atropelamento

Por Léo Pinheiro
27 jul 2010, 14h40

Policiais militares acusados de extorsão vão prestar depoimento na manhã de quarta-feira

Durante mais de cinco horas, peritos do Instituto Carlos Éboli tentaram reconstruir com riqueza de detalhes a cena da morte do jovem Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, no Túnel Acústico, na Gávea, zona sul do Rio. Sucessivas arrancadas, frenagens e medições feitas pelos investigadores geraram dados que, somados aos depoimentos dos skatistas e dos quatro jovens que ocupavam o Siena e o Honda Civic usados na noite da tragédia, ajudarão a polícia a entender o que se passou no local na madrugada do último dia 20.

A principal pergunta a ser respondida sairá de um cálculo matemático relativamente simples: a distância a que Rafael Mascarenhas foi lançado a partir do ponto em que foi atingido pelo Siena dirigido por Rafael Bussamra. Os peritos vão calcular, a partir da força necessária para projetar o rapaz, a velocidade em que o veículo trafegava. Dependendo da velocidade estimada, o motorista poderá ser responsabilizado considerando que disputava um racha – o que ajudaria a acusação a qualificar o homicídio como doloso, ou seja, quando há intenção de matar.

Uma a uma, as testemunhas descreveram os fatos ocorridos na hora do atropelamento, sem que pudessem ser orientadas por seus advogados. O skatista João Pedro

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Gonçalves, melhor amigo de Rafael Mascarenhas, refez seus passos e também simulou a exata hora no atropelamento do jovem. Ele e Luís Quinderé, o outro skatista que acompanhava Rafael na noite do acidente, indicaram o ponto onde o corpo do jovem ficou estirado após o impacto. Os peritos marcaram o local com giz. Havia ainda um terceiro skatista, menor de idade, que interpretou o papel de Mascarenhas.

Depois deles, foi a vez dos ocupantes do Honda Civic, que supostamente estaria disputando corrida com o carro que atropelou Mascarenhas. O carona Gustavo Miraldes Bulus foi o primeiro a dar sua versão. Em seguida, foi a vez do motorista Gabriel Henrique de Souza Ribeiro.

Também participou da reprodução simulada o carona do Siena, André Liberal. Os policiais chegaram a levar um notebook exclusivamente para colher o depoimento de Liberal, que não compareceu à 15ª DP (Gávea) na manhã de segunda-feira, conforme esperado. Ele justificou a ausência dizendo que estava na Região dos Lagos. No início da tarde desta terça-feira, a polícia informou que o depoimento do rapaz tinha sido reagendado para as 14 horas.

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Figura central da reconstituição, o motorista Rafael Bussamra foi o último a participar. Dessa vez, ele ocupou o banco do carona e apenas orientava o perito que assumiu o volante. O veículo utilizado foi o próprio Siena preto que matou Mascarenhas. Por questão de segurança, o carro teve o para-brisa substituído – o vidro ficou destruído na madrugada do atropelamento. O relógio já marcava 5h40 da manhã quando Bussamra foi liberado, após uma detalhada simulação. O motorista teve a oportunidade de mostrar, em condições similares, como acertou o filho de Cissa Guimarães e de argumentar os motivos que o impediram de desviar a tempo.

Os peritos ainda aproveitaram para vasculhar o asfalto em busca de vestígios de sangue, com o auxílio de um spray. A partir da tarde desta terça-feira, as informações serão processadas, cruzadas com os relatos dos jovens e com os laudos periciais do Instituto de Criminalística Carlos Éboli. A conclusão do inquérito, pela delegada Bárbar Lomba, da 15ª DP (Gávea), deve ocorrer ainda esta semana.

Depoimentos – Novos depoimentos são esperados para esta quarta-feira, quando devem ser ouvidos os policiais militares acusados de extorsão pela família Bussamra, o sargento Marcelo Leal Martins e o cabo Marcelo Bigon. A polícia não descarta a participação de um terceiro PM, que teria participado da ação pelo rádio, orientando sobre o melhor local para viatura se posicionar, longe das câmeras da CET-Rio.

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Nesta terça-feira, às 19h, será celebrada a missa de sétimo dia de Rafael Mascarenhas, na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na zona sul do Rio.

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