Reservatório que abastece São Paulo atinge pior nível na década
Em uma das represas que faz parte do sistema que abastece a capital e outros dez municípios, a água está 18 metros abaixo de sua capacidade
Por Camila Almeida
13 fev 2014, 19h19
Veja.com Veja.com/VEJA.com
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1/51 Vista do reservatório Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, na região de Vargem (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
2/51 Pescador durante visita à represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
3/51 Funcionário caminha pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
4/51 Funcionário caminha pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
5/51 Represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
6/51 Funcionário caminha pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
7/51 Indicador de nível do reservatório Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, na região de Vargem (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
8/51 Funcionário mostra o indicador de nível do reservatório Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, na região de Vargem (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
9/51 Indicador de nível do reservatório Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, na região de Vargem (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
10/51 Funcionário caminha pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
11/51 Funcionário caminha pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
12/51 Funcionário caminha pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
13/51 Funcionário caminha pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
14/51 Vista da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
15/51 Represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
16/51 Funcionário caminha pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
17/51 Vista da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
18/51 Vista da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
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20/51 Represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
21/51 Vista da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
22/51 Funcionários caminham pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
23/51 Funcionários caminham pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
24/51 Vista do reservatório Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, na região de Vargem (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
25/51 Vista do reservatório Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, na região de Vargem (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
26/51 Funcionários caminham pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
27/51 Vista da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
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34/51 Vista da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
35/51 Vista do reservatório Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, na região de Vargem (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
36/51 Vista do reservatório Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, na região de Vargem (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
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50/51 Vista da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
51/51 Vista da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Mariana Pekin/VEJA/VEJA)
A pancada de chuva que caiu sobre a Grande São Paulo nesta quinta-feira não bastou para reverter a situação crítica do Sistema Cantareira, principal fonte de abastecimento da região metropolitana. Devido a uma série de fatores climáticos, como temperaturas elevadas e escassez histórica de chuvas, o sistema registra o menor nível dos últimos dez anos. Em janeiro de 2011, o nível de água armazenada era de 94,3%. Caiu para 74,8% em 2012, 52,3% em 2013 e, agora, 18,8%.
O reservatório da represa Jaguari, que integra o Sistema Cantareira, fica 844 metros acima do nível do mar quando está cheio. Nesta quinta-feira, o pouco de água que ainda resta marcava 825,87 – 18 metros abaixo da capacidade total da represa, o que equivale a um edifício de seis andares. No trecho mais crítico, a falta de chuvas fez surgir uma praia de dois quilômetros, porque a água não alcança mais a margem habitual. A diferença é que, em vez de areia, há um solo rachado e quebradiço. E a garoa que caiu nesta quinta sobre a região da represa, perto da divisa entre São Paulo e Minas Gerais, não é o bastante para alterar o cenário.
Numa das margens do reservatório, funcionários de uma empresa terceirizada capinavam nesta quinta o mato em uma área onde nunca haviam trabalhado. A ladeira cheia de pedras pela qual se aventuravam com o cortador de grama sempre esteve submersa. “Antes, a gente só capinava a margem, para não contaminar a água. Agora, tem toda essa área exposta para cuidar. Todo este mato aqui não existia, ficava debaixo d’água”, mostra o funcionário João Batista.
Pelo chão, há dezenas de conchas ressecadas e sem cor. Também há pequenos peixes mortos, fritando ao sol. Cada vez que o nível da água desce, novas réguas de medição são colocadas para que seja possível avaliar o quanto de água ainda resta no reservatório.
Nunca se viu uma seca tão drástica desde que o sistema foi montado, em 1930. O recorde do mês de fevereiro na história da medição do Sistema Cantareira foi de 202,6 mm de chuva. Em fevereiro deste ano, a pluviometria acumulada é de apenas 2,1 mm.
“Eu nunca vi este lugar assim” – De acordo com um dos agentes operacionais da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, que trabalha na reserva Jaguari há dez anos, a situação vivida hoje não é sequer comparável à seca de 2004, também severa. Este ano, o funcionário passou a caminhar por áreas que sequer conhecia, como a área de abertura das comportas, que hoje está completamente seca.
No topo de um morro mora a família de Nestor Algarve, 64 anos, ex-funcionário da Sabesp. Ele mora na região de Rio Acima, na cidade de Vargem, há 17 anos. Do quintal, tem vista para o reservatório de Jaguari, mas, lá de cima, o que agora se destaca na paisagem é a terra vermelha exposta ao redor. “Eu nunca vi este lugar assim antes”, lamenta. Assim que se mudou, costumava pescar tilápias, bagres e dourados na represa. “Os pescadores têm reclamado que só dá para pegar lambari. Tem muitos ainda, mas são todos pequenos”, explica.
Rejeitando a ideia de racionamento de água, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), receberá ainda nesta quinta-feira um estudo da Sabesp que avalia a possibilidade de utilizar 400 milhões de metros cúbicos de água do Sistema Cantareira que não são utilizados normalmente. “Vamos ver quando custa a sucção, bombeamento, bombas, equipamentos e a viabilidade”, afirmou o governador.
Uma tentativa de amenizar os danos da estiagem histórica são obras de emergência, como a formação de uma Parceria Público-Privada (PPP) para criar um novo sistema de água, do rio São Lourenço. “Em quatro anos, o setor privado nos aportará 5 metros cúbicos por segundo de água tratada em São Paulo do sistema do São Lourenço”, afirmou Alckmin. Segundo o governador, essa é uma das medidas que trarão segurança de abastecimento para região metropolitana.
A água que abastece São Paulo
O Sistema Cantareira, formado pelas represas Jaguari, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro, tem capacidade total de um trilhão de litros e abastece 8,8 milhões de pessoas na capital e outros dez municípios em todo o Estado.
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