O primeiro-ministro britânico, David Cameron, descartou nesta segunda-feira a proposta de um membro de seu governo que queria presentear a rainha Elizabeth II com um novo iate, em ocasião da celebração de seu Jubileu de Diamante, por considerar que seria caro demais.
“Não acho que seja apropriado utilizar dinheiro público, tendo em vista o estado das Finanças do país”, declarou um porta-voz de Cameron.
Seu vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, considerou no domingo que este presente não é uma “prioridade absoluta” para os britânicos em um momento de ajuste, apesar do entusiasmo suscitado pelas celebrações do aniversário de 60 anos da chegada ao trono da soberana.
A proposta foi lançada pelo ministro da Educação, Michael Gove, um fervoroso monarquista, em uma carta ao seu colega da Cultura, Jeremy Hunt, encarregado de organizar os festejos do Jubileu, em junho.
Em sua carta, publicada pelo jornal The Guardian, Gove considera que, “apesar, –e exatamente, devido– a estes tempos de austeridade, as celebrações deverão ir mais além do que as anteriores” para levantar o ânimo do país.
“Não é o momento de gastar 60 milhões (de libras, ou 92 milhões de dólares, 72 milhões de euros) com um iate”, declarou o vice-presidente do opositor Partido Trabalhista, Tom Watson.
O Jubileu de Diamante da rainha Victoria em 1897 foi suntuoso porque foi celebrado em uma época de apogeu para o Reino Unido.
O de Elizabeth II vai durar quatro dias, de 2 a 5 de junho, e terá festas nas ruas, shows e uma procissão de mil de barcos pelo Tâmisa.
Entre outras medidas de corte de gastos, a rainha aceitou em 1997 o desmantelamento do “Britannia”, um verdadeiro palácio flutuante com o qual foi presenteada em 1952, ano de sua chegada ao trono. A cerimônia de despedida do barco foi a única vez em que a soberana foi vista derramando publicamente uma lágrima.