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Quero saber se a PM atiraria no Leblon, diz tia de menina morta

Vanessa dos Santos, de 10 anos, não resistiu após ser alvejada na cabeça durante confronto entre criminosos e policiais militares; Pezão pede providências

Por Da Redação
5 jul 2017, 17h18

Os familiares da menina Vanessa dos Santos, morta com um tiro na cabeça na terça-feira, protestaram contra o governo estadual do Rio de Janeiro ao reconhecerem o corpo da criança de 10 anos, nesta quarta, no Instituto Médico Legal (IML). Vanessa foi alvejada em um confronto entre policiais e criminosos na comunidade Boca do Mato, no Lins de Vasconcelos, zona norte da cidade. Ela foi encaminhada ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu.

No tiroteio, o subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), Camarista Méier, foi ferido no ombro e encaminhado para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos. O oficial está fora de perigo e passa bem.

Tatiana Lopes, tia de Vanessa, sugeriu que o tiro que vitimou Vanessa partiu de um policial e reclamou que a família não foi amparada pelo governo após a morte da menina. “Minha sobrinha era um anjinho, tinha só 10 anos e nunca fez mal para ninguém. Alguém tem que fazer alguma coisa. Até agora o poder público não veio aqui perguntar se precisamos de alguma coisa, mas, ontem, a Polícia Militar entrou na casa dela sem ser convidada e sem ter permissão”, afirmou em vídeo veiculado pela ONG Rio de Paz.

Tatiana disse que o poder público “quer acabar com a comunidade” e que sente medo ao ver a “polícia no morro”. “Estamos esquecidos. Na comunidade mora gente de bem. Se isso fosse na zona sul [área nobre da cidade], se isso fosse numa rua do Leblon, eu quero saber, que digam na minha cara, se a polícia iria entrar atirando na casa de alguém.”

Leandro Monteiro de Matos, pai de Vanessa, chorou enquanto conversava com os jornalistas na porta do IML. “Não consigo entrar lá para ver o corpo da minha filha. Nunca imaginei um negócio desses. Pai nenhum imagina um negócio desses.”

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Providências

Após as cobranças dos familiares, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse ter pedido para o secretário de Direitos Humanos, Átila Nunes, prestar apoio aos parentes de Vanessa. Pezão também determinou que o secretário de Segurança, Roberto Sá, tome providências, sem especificar quais medidas foram exigidas.

“Sabemos que é pouco diante dessa devastadora tragédia, mas faremos o possível para abrandar essa dor, que também é nossa. Estamos fazendo tudo a nosso alcance, junto com o governo federal, para solucionar a crise do Rio”, disse, se referindo à tentativa de seu governo de obter dinheiro federal, já que o estado vive grave crise financeira.

A assessoria de imprensa das UPP disse que a investigação está com a Polícia Civil e que não se pronunciaria sobre o caso. Em nota, a Polícia Civil se limita a dizer que “diligências estão em andamento para apurar as circunstâncias do caso”.

Vanessa foi a quinta criança vítima de bala perdida neste ano no Rio de Janeiro, segundo um levantamento da ONG Rio de Paz. Também morreram baleados Sofia Lara Braga, de 2 anos, Fernanda Adriana Caparica Pinheiro, de 7 anos, Maria Eduarda Alves da Conceição e Paulo Henrique de Oliveira, ambos de 13 anos.

Vanessa é mais uma entre tantas vítimas inocentes da violência no Rio de Janeiro. Na sexta-feira, mãe e filha foram mortas a tiros no Morro da Mangueira, zona norte. No sábado, um bebê nasceu paraplégico ao ser baleado na barriga da mãe, Claudineia dos Santos Melo, em Duque de Caxias. O tiro perfurou os pulmões e provocou uma lesão na coluna da criança, que segue internada.

(Com Agência Brasil)

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