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“Quem garante minha segurança?”, diz irmã de Marielle sobre se candidatar

Em entrevista, Anielle Franco conta que pode recuar do plano de entrar para a política carioca

Por Giovanna Romano Atualizado em 15 nov 2019, 06h09 - Publicado em 15 nov 2019, 06h00

Ainda pensa em se candidatar a vereadora do Rio pelo PSOL? Depois das últimas notícias sobre Marielle, como a da citação do nome do presidente no inquérito, é provável que não me filie e não concorra ao cargo. Prefiro manter a memória da minha irmã viva por meio do Instituto Marielle Franco.

Por que pensa em desistir? Quem garante a minha segurança? Eu tenho uma filha de 3 anos e cuido da filha de Marielle também. As pessoas nos xingam pelas redes sociais, nos ameaçam, fazem piadas com a morte de Marielle. Eu não me calo diante desse medo, mas vivo com ele todos os dias.

Como a morte de Marielle impactou a sua vida? A minha vida mudou por completo. Eu fui mandada embora do meu antigo emprego por ser a irmã de Marielle, mas também sou abraçada na rua quando me reconhecem. Antes, não nos preocupávamos tanto com segurança. Depois do assassinato, é uma decisão grande saber se vai sair de casa, com quem vai, por onde vai.

Foi a Marielle que a inseriu na militância política? A Marielle sempre foi a minha parceira. Nós somos mulheres negras e marginalizadas e, como irmã mais velha, ela sempre me mostrou a nossa realidade e o que poderíamos fazer nesse contexto. A Marielle é a minha maior inspiração. Mas, se eu pudesse voltar no tempo e ter uma conversa com ela, eu lhe diria que não entrasse na política e não se candidatasse.

O assassinato completou mais de 600 dias sem solução. Há esperanças? Tem dias que a gente perde um pouco, por suspeitar de um feminicídio político com um mandante grande por trás. Tentamos montar um quebra-­cabeça e ir encaixando as peças que faltam. Mas vou continuar esperançosa. Queremos justiça. Meus pais vão toda semana ao Ministério Público para acompanhar as investigações.

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Qual o legado de Marielle? Houve um crescimento nas filiações de mulheres. Mas também o deputado estadual que quebrou a placa da minha irmã foi o mais votado no Rio. Eu queria perguntar a ele: “Se fosse o seu irmão, você faria o mesmo?”. Tento me equilibrar entre a razão e a emoção.

Você se considera a sucessora de Marielle? Eu posso ser uma das sucessoras, mas não a única. Luto para que as pessoas entendam que a ideologia política não sobressai a valores humanos. A vida vale mais do que o debate sobre esquerda ou direita.

Publicado em VEJA de 20 de novembro de 2019, edição nº 2661

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