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Quem é o único bandido diplomado de Brasília?, indaga ex-senador

Preso na Papuda, Luiz Estevão revela que o dinheiro extorquido na CPI da Petrobras alimentou campanhas políticas no DF -- e responde à própria pergunta

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 set 2016, 13h55 - Publicado em 8 set 2016, 13h54

O empresário Luiz Estevão de Oliveira Neto é dono de uma fortuna que ele mesmo calcula em mais de 30 bilhões de reais. Primeiro senador cassado da história do país, ele cumpre pena na penitenciária da Papuda, em Brasília, por corrupção. Agora, o empresário poderá se transformar em uma das principais testemunhas da Operação Lava-Jato. Em conversas gravadas pela deputada distrital Liliane Roriz (PTB), Estevão confirma que o ex-senador Gim Argello teria recebido dinheiro de empreiteiras para que as empresas não fossem investigadas na CPI da Petrobras.

A Operação Lava-Jato já tinha descoberto, a partir dos depoimentos de dois delatores, que o ex-senador Gim recebeu 5 milhões de reais para preservar as empresas e os empreiteiros. Gim foi preso em abril, na Operação Vitória de Pirro, a 28ª fase da Lava-Jato. Filha do ex-governador Roriz, Liliane teve 99% da campanha financiada pela UTC de Ricardo Pessoa, que não toca obras em Brasília. Foi esse dinheiro que Gim extorquiu e injetou nas campanhas de seis candidatos no DF.

Nas gravações, Estevão deixa bem claro que o dinheiro ganho por Gim Argello alimentou as campanhas políticas,  inclusive a de Liliane.  A deputada havia justificado que  a doação foi feita pelo PRTB e que a negociação tinha sido por intermédio do presidente de honra do partido, que é Luiz Estevão. Na gravação em poder do Ministério Público, Estevão diz à deputada: “Você, por exemplo, nessas eleições, não precisou tirar dinheiro do seu bolso. É uma situação que não se repete. Você não terá um Gim Argello, vice-presidente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a Petrobras, em que as empreiteiras, até então, não tinha começado a Operação Lava Jato, pagariam qualquer preço ao Gim para que ele evitasse que elas fossem convocadas para depor na CPI”. Na mesma gravação, Estevão confirma o que o valor transferido para a campanha de Liliane era “parte do negócio”.

Estevão faz um resumo do que ele considera ser o perfil dos empreiteiros de Brasília: “Nessa cidade, de cada 100 caras, 90 são bandidos. E vivem de bandidagem, putaria e sacanagem. Vivem roubando, tomando dinheiro, cobrando comissão, entendeu? Fazendo negócio fajuto com o governo local, com o governo federal”. Estevão também faz seu autorretrato: “A cidade só tem um bandido que é conhecido, com diploma pregado na parede. Quem é o único bandido diplomado de Brasília? Diga, pode falar o que o seu sorriso está dizendo. Quem é o único bandido diplomado de Brasília? Pode dizer, quem é? Luiz Estevão”.

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