Quem é o integrante do clã Fasano que trocou farpas com o prefeito do Rio
Depois de entreveiro nas redes sociais, Eduardo Paes afirma que sua conta pode ter sido hackeada
A disputa travada pelos candidatos no último debate presidencial antes do primeiro turno nesta quinta-feira, 29, desencadeou uma sucessão de embates políticos nas redes sociais. Um deles, no entanto, chamou atenção e suscitou um grande questionamento. Quem é o candidato que trocou ofensas com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e carrega o sobrenome de um dos maiores e mais tradicionais grupos de restaurantes e hotéis do país?
Menos conhecido entre os herdeiros da grife e com fama de “menino-problema” na juventude, Fabrizio Fasano Jr., 61 anos, candidato a deputado estadual pelo PL de São Paulo, é um noviço na política. Ainda na noite do debate, quando as discussões mais inflamadas eram protagonizadas entre o candidato Padre Kelmon (PTB) e a postulante à presidência pelo União Brasil, Paes, que já declarou seu voto em Lula, escreveu no Instagram: “Padre de festa junina”! Soraya (Thronicke) hoje é minha musa! Pronto, falei!”.
Foi o suficiente para despertar a ira de Fabrizio, irmão mais velho de restaurateur Rogerio Fasano – líder do império que acumula 120 anos de história –, que deu uma resposta, digamos atravessada, para o prefeito do Rio: “Vc é um bosta, sem novidades !!”, seguido de emojis vomitando. A resposta, que Paes alega não ser sua, veio no mesmo tom elevado. “Vai tomar no c… seu merda falido e decadente. Tá querendo arrumar emprego de deputado é? Vai se f…!”, agora seguido de emojis de beijinhos. A postagem foi apagada e o prefeito afirma que não sabe o que ocorreu em seu Instagram. “Estou tentando descobrir se foi o estagiário ou se invadiram a minha conta”, argumentou.
Do outro lado da polêmica, o candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo é conhecido por um temperamento controverso. Formado em Economia, “Fabricinho”, como é chamado pelos mais íntimos, nunca exerceu tal profissão. Ele chegou a trabalhar por alguns períodos nas casas do grupo Fasano, mas já declarou “Não sei comandar”. Em seu registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele se identifica como empresário e já recebeu 150 000 reais do Fundo Partidário.
Recentemente, Fabrizio declarou que não quer ser mais sócio do Grupo Fasano, que não receberia dividendos do império há mais de sete anos e que estaria negociando sua parte. Segundo fontes próximas à família, ele e Gero – o cabeça dos negócios – não se falam há pelo menos três anos. Com fama de problemático na adolescência, ele foi expulso do tradicional colégio paulistano Dante Alighieri por brigar com um professor que lhe tirou ponto numa prova.
Antes de se lançar a deputado estadual, Fabrizio já havia conquistado uma certa notoriedade ao se converter a jurado com fama de ranzinza no reality show culinário Bake Off Brasil, do SBT. Algumas de suas críticas chegaram a ser escatológicas. “Isso aí passou pelo seu sistema digestivo”, disse, certa vez, ao avaliar o bolo de um candidato. Agora no PL e defensor da cartilha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, o herdeiro do grupo Fasano costuma bradar frases de efeito – e questionáveis. “É liberdade ampla, restrita e absoluta. Tirania sanitária e lockdown nunca mais na vida”, prega.
O bate-boca nas redes sociais: