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Quase metade dos brasileiros está acima do peso

Por Da Redação
10 abr 2012, 19h46

Por Lígia Formenti

Brasília – Quase metade da população brasileira está acima do peso, revela pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, o Vigitel. O trabalho mostra que entre 2006 e 2011 o número de pessoas com sobrepeso aumentou em média 1% por ano. No mesmo período, o porcentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.

“O crescimento da obesidade entre população adulta é preocupante e difícil de se conter”, admitiu o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa. Tanto é que, nos planos do governo para curto prazo a ideia é reduzir o ritmo de crescimento da doença entre adultos, não reverter a tendência.

A dificuldade fica estampada quando se analisam outros dados da pesquisa. No prato do brasileiro sobra gordura e faltam frutas e verduras. Atualmente, apenas 20,2% consomem 5 ou mais porções de frutas e hortaliças por dia. O consumo de carnes com excesso de gordura, no entanto, está presente nos hábitos de 34,6% das pessoas ouvidas. Outros 56,9% dizem consumir leite integral e outros 29,8% , refrigerante, regularmente.

Embora tenha apresentado uma queda 1,6 pontos porcentuais em dois anos, 14% da população ainda é sedentária. Além disso, o porcentual de brasileiros que comem feijão, considerado um fator protetor para doenças não transmissíveis, caiu de 71,9% para 69,1% no ano passado. “Agora é a hora de virar o jogo”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele acredita que medidas como acordos com a indústria para redução de sal, a criação de espaços públicos onde pessoas possam fazer atividades físicas além de programas de saúde nas escolas possam ajudar a conter a tendência.

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No ritmo atual, em 12 anos o porcentual de obesidade no Brasil será o mesmo que dos Estados Unidos. “As novas medidas começaram a ser adotadas ano passado. Os efeitos nas estatísticas não são imediatos”, afirmou Padilha. Entre as preocupações está a população com menor escolaridade. O trabalho mostra que pessoas com menos anos de estudo têm dieta menos saudável do que a população escolarizada. “Mas o trabalho também indica que a população adere às políticas de prevenção à saúde. Temos de ampliar o acesso e a orientação”, disse o ministro.

Como exemplo, além da redução do sedentarismo, ele citou o menor número de fumantes no País e o aumento de mulheres que fazem mamografia – exame importante para identificar a presença de câncer em estágio inicial. O Vigitel mostrou que o número de mamografias feito em 2011 foi de 73,3%. Em 2006, era de 71,2%. O trabalho deixa claro, no entanto, a grande diferença no acesso ao exame. Entre entrevistadas com mais de 12 anos de estudo, 87,9% fizeram o procedimento. Quase 20 pontos porcentuais a mais do que mulheres com menos de oito anos de escolaridade: 68,5%.

A relação entre comportamento de risco e escolaridade só muda quando avaliado o consumo de bebidas alcoólicas. Ao contrário da maioria dos fatores analisados, quanto maior o número de anos de estudo, maior o consumo exagerado de bebidas. Entre população em geral, 17% relatou o consumo em excesso de bebidas. Quando se analisa apenas a população masculina com mais de 12 anos de estudo, esse índice sobe para 20,1%. Entre as mulheres a diferença também está presente. Aquelas com mais de 12 anos de estudo, 11,9% consomem bebida em exagero. Já aquelas com até oito anos de estudo, esse número cai para 7,6%.

Lançada em 2006, Vigitel é uma pesquisa anual feita por meio de entrevistas com população com mais de 18 anos, residente nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. Participaram este ano do levantamento 54.144 pessoas. O trabalho é feito para medir a prevalência de fatores de risco e de proteção para doenças não transmissíveis na população, como diabetes, obesidade, câncer e doenças cardiovasculares.

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