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Quadrilha que atuava no Detran do Rio negociava eliminação de multas

Escutas telefônicas realizadas com autorização da Justiça flagraram despachantes falando sobre a possibilidade de apagar infrações do sistema do estado

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
18 out 2013, 18h36

A Corregedoria do Detran-RJ investiga se a quadrilha especializada em fraudes de documentos e vistorias obrigatórias de veículos desbaratada nesta sexta-feira apagava multas de trânsito e infrações aplicadas na Operação Lei Seca. Segundo o delegado corregedor do órgão, David Anthony Alves, funcionários com acesso ao sistema de registro de multas estão entre os 181 denunciados por participação na quadrilha.

De acordo com o corregedor, nas escutas telefônicas realizadas com autorização judicial, despachantes discutem sobre multas e falam em apagar infrações do sistema do Detran. Outro dado indica que a quadrilha tenha ampliado sua atuação para a cobrança de propina em troca da alteração de registros de irregularidades, como avanço de sinal e excesso de velocidade: entre o material apreendido com os acusados de participar do esquema criminoso – o maior já descoberto no Detran-RJ – está a impressão de uma relação de multas de um veículo. O documento, afirma Anthony Alves, foi impresso por um funcionário com senha para alterar o cadastro.

“Queremos saber qual é o grau de proximidade do funcionário com a quadrilha. Ele usou a senha para consultar informações sobre um veículo, imprimiu a tela do computador que exibia os dados e entregou a impressão a um dos integrantes da quadrilha”, afirma Anthony Alves.

Quadrilha – Dos 181 denunciados, 122 tiveram a prisão preventiva decretada por associação criminosa, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, falsificação de documento público, inserção de dados falsos e supressão de documento público. Até o início da tarde, 89 pessoas foram presas, entre funcionários e prestadores de serviço, despachantes e representantes de empresas que utilizavam o esquema fraudulento. Outras 59 pessoas podem ser presas caso não paguem o valor da fiança estabelecido pela Justiça.

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A operação, realizada pela Corregedoria do Detran-RJ, Ministério Público e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), cumpriu 35 mandados de busca e apreensão. Em uma das casas, que pertence a um policial civil aposentado, foram encontrados documentos do Detran-RJ originais em branco, placas e lacres. O grupo criminoso também contava com a atuação de um falsário que providenciava a adulteração de documentos públicos como o Certificado de Registro de Veículo (CRV) e o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV). Com ajuda de um produto químico, ele apagava informações dos proprietários e dos veículos. No fim do processo, tinha um documento original do Detran-RJ em branco.

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