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Quadrilha mantinha 80 estrangeiros em alojamentos no DF

Operação da Polícia Federal apura ação de agência que traficava pessoas de Bangladesh para trabalhar em canteiros de obras do Distrito Federal

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 Maio 2013, 16h09

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira a Operação Liberdade para apurar a ação de uma agência que traficava pessoas de Bangladesh para trabalhar no Distrito Federal. Após um ano de investigações, os agentes descobriram que os estrangeiros eram convencidos a vir para o país com a falsa promessa de empregos com salário de 1.000 a 1.500 dólares mensais. Eles tinham de pagar aos agenciadores cerca de 10.000 dólares para terem acesso aos documentos necessários para a imigração ilegal.

Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão nesta manhã, foram identificados oitenta estrangeiros que moravam em seis alojamentos de Samambaia, cidade localizada a cerca de 30 quilômetros do centro de Brasília. De acordo com o delegado Dennis Cali, algumas residências chegavam a abrigar mais de vinte pessoas no mesmo imóvel e ofereciam condições precárias de higiene e alimentação.

Segundo o delegado, participariam do esquema frigoríficos, lava-jatos e empresas de construção civil. A polícia investiga se esses estrangeiros também prestaram serviços em canteiros de obras do Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Segundo o delegado, eles não tinham vínculo direto com empresas que tocam obras do programa federal. No entanto, é comum empreiteiras contratadas pelo governo terceirizarem parte do serviço para micros e pequenas empresas.

Por trás do esquema, atuavam seis pessoas. Os “coiotes”, como são conhecidos os aliciadores, recebiam entre 1.000 e 1.500 dólares por estrangeiro que trazia para o país. Para convencê-los a fazer a imigração, eles prometiam empregos principalmente em frigoríficos, para trabalhar em um corte específico dos muçulmanos. Como faltavam empregos, eles também eram realocados em setores da construção civil e lava-jatos. A maioria deles, porém, está desempregada.

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Segundo o delegado, os estrangeiros não estão presos e, mesmo com as condições precárias em que vivem, não querem voltar para o país de origem – além de não terem dinheiro para bancar o regresso. Além disso, eles recusaram o abrigo oferecido pela Polícia Federal.

Rotas – As investigações mostraram que os estrangeiros chegaram a Brasília por três rotas principais: Guiana Inglesa – Roraima, Bolívia – Corumbá e Peru – Brasília. “Esses trabalhadores, quando ingressam no país, entram com o pedido de refúgio e conseguem a regularização da situação migratória, com direito a receber carteira de trabalho e CPF”, explica o delegado Dennis Cali.

A polícia continuará investigando o esquema para saber se ele se configura em tráfico de pessoas. De acordo com o delegado do caso, os envolvidos, por enquanto, podem ser enquadrados por introdução clandestina de estrangeiros, com pena de um a dois anos. No entanto, por não haver mandado de prisão, ninguém foi preso.

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