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Público reclama de mudanças no Sambódromo

Arquibancadas foram inauguradas, mas reforma não acabou: sala de imprensa, por exemplo, não foi entregue. Frequentadores criticam desconforto com aumento do público, mas artistas defendem mudanças. Prefeito não comenta

Por Leo Pinheiro
20 fev 2012, 10h36

Há três dias foram inauguradas as novas arquibancadas dos setores 10 e 12 do lado par do Sambódromo do Rio de Janeiro. O lado direito da passarela do samba, onde ficava o camarote de uma cervejaria, ganhou módulos de concreto semelhantes ao lado esquerdo capazes de receber 18 000 pessoas a mais por dia. O local, no entanto, ficou vazio tanto na sexta-feira, quando as escolas mirins do Rio abriram o carnaval 2012, quanto no sábado, nos desfiles das escolas do grupo de acesso. Nesses dias o público teve que dividir o espaço com os operários que corriam para entregar as frisas e camarotes a tempo dos desfiles do grupo especial, na noite deste domingo.

O prefeito Eduardo Paes não quis comentar o assunto. Cercado por seguranças, ele abaixou a cabeça e disparou em direção ao camarote da Prefeitura sem falar com jornalistas, ignorando as perguntas sobre as falhas das obras. Já o secretário Municipal de Conservação, Carlos Osório, assumiu os erros do poder público. “Não conseguimos entregar o Sambódromo a tempo para o público na sexta ou no sábado. Isso foi um erro, mas já foi superado. Hoje eu acho que está tudo bem”, disse Osório em tom de otimismo.

O secretário também fez vista grossa para as partes da reforma que não foram entregues, como a nova sala de imprensa que seria levada para o setor. “Para o desfile das escolas do Grupo Especial as arquibancadas foram entregues. Assim sendo, considero a obra um sucesso. O que está faltando agora são detalhes de acabamento. Está apenas mais feio do que deveria estar”, disse ele ignorando os perigos que os entulhos podem causar ao público no caso de uma briga, por exemplo.

Público – Já os frequentadores do Sambódromo reclamam das reformas que devolveram à Passarela do Samba o traçado original de Oscar Niemeyer. A securitária Vanessa de Moraes e a personal trainer Érika de Macedo tinham mais queixas do que elogios. As amigas desfilaram juntas no sexto carro alegórico da Imperatriz Leopoldinense. “Desfilo desde 2005 e não dá para negar que deu para sentir mais a galera. Mas para quem desfilou do lado do carro virado para o lado ímpar, como a gente, não faz tanta diferença. Quando eu voltar aqui amanhã para o desfile do Salgueiro vou tirar essa dúvida”, disse Vanessa.

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Vanessa também fez outras críticas sobre a reforma. “Acho que tem gente demais aqui. Quiseram aumentar em 20 000 o número de espectadores, mas não avaliaram bem a distância entre uma pessoa e outra. Está desconfortável”, disse, lembrando que a reforma poderia ter resolvido um antigo problema do Sambódromo do Rio: “Não entendo porque ainda não existem lugares numerados”.

Érika corrobora com a opinião da amiga e reclama da falta de lanchonetes. “Saí do desfile com muita fome e aqui não tem nada para comer. É injusto porque neste mesmo setor o público das frisas e dos camarotes tem acesso a quiosques de lanchonetes e pizzarias. Só quem comprou os ingressos mais baratos é que não têm direito de se alimentar”.

Um agente de segurança da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) que não quis se identificar apontou outro problema: “Se aumentaram dez vezes o número de pessoas, tinham que aumentar o número de banheiros na mesma proporção”, disse ele, que tem mais de 15 anos de experiência na Sapucaí. “Tinham que ter aumentado também o número de banheiros químicos. A impressão que tenho é que, mesmo com mais público, eles diminuíram o número de reservados. Ano passado tinha pelo menos o dobro”, afirmou o funcionário, apontando para os oito banheiros químicos usados por homens e mulheres do setor 12.

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O segurança espera que no ano que vem a infra-estrutura melhore. “Esse ano foi na base do improviso. Mas em 2013 não tem mais desculpa. Vamos ver o que acontecerá” indagou.

Artistas aprovam mudanças – Para os integrantes das escolas, as mudanças de tamanho, acústica e iluminação só trouxeram benefícios. Encarnando a personagem Sancho Pança, no carro alegórico que reproduzia a tela Dom Quixote, de Candido Portinari, no desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel, o ator Leandro Hassum, classificou a experiência deste domingo como sendo a sua melhor nos três anos que desfila no Grupo Especial. “Este ano está muito mais quente, porque tem mais pessoas e porque os ingressos destas novas arquibancadas são vendidos a preços populares. Hoje pude distribuir melhor o meu olhar para o público, pois agora ele é mais heterogêneo dos dois lados”, narrou Hassum.

Destaque do carro alegórico anterior ao de Leandro, o enfermeiro e folião Magno Mota concordou com o ator global. “Percebi que estava mais iluminado, mais claro e que dava para ouvir muito melhor o som. Isso passa um calor diferenciado para o desfile. Com o público avantajado deste ano, o desfile teve muito mais emoção”, afirmou Mota, que também é um velho conhecido do alto dos carros alegóricos, pois já desfilou na União da Ilha.

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