Protesto de professores provoca tumulto na Câmara de SP
Categoria, que está em greve desde o último dia 8, protesta contra a reforma da previdência da categoria; paralisação atinge 93% das unidades de ensino
Um protesto de professores municipais contra a reforma da Previdência da categoria acabou em confronto com policiais militares e guardas metropolitanos na tarde desta quarta-feira na Câmara dos Vereadores, no centro de São Paulo.
Segundo a assessoria de imprensa do legislativo municipal, um grande número de servidores contrários ao projeto compareceu à leitura do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Outro grupo tentou invadir o local e houve confusão. Policiais municipais e guardas metropolitanos precisaram agir para evitar a invasão. De acordo com a assessoria, não se sabe se houve prisões ou feridos no ato.
A categoria tenta pressionar os vereadores a rejeitar o projeto de lei 621, que está em discussão e propõe mudanças na Previdência dos funcionários do município. O Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (SINPEEM) avalia que, se a reforma for aprovada, 220 mil servidores serão afetados pelas alterações. O principal ponto de divergência reside no aumento da contribuição previdenciária, que hoje é de 11%, para 19%.
Evandro Almeida, estagiário da Câmara Municipal, conta que estava trabalhando normalmente no início da tarde quando uma bomba explodiu nas imediações do prédio e o tumulto começou. Almeida relata que alguns manifestantes invadiram o edifício e a polícia atuou para controlar a situação. “O cheiro de gás estava muito forte perto dos elevadores quando fomos ver a situação pela janela”, contou.
Dentro da Câmara, o confronto entre manifestantes e policiais começou quando uma garrafa de água foi arremessada na direção dos parlamentares, o que teria motivado uma ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para expulsar o grupo do local. A professora Luciana Xavier ficou ferida na confusão. Ela foi encaminhada ao Hospital do Servidor Público Municipal.
Greve dos professores municipais
Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação, divulgados nesta terça-feira, a greve dos professores da rede municipal de São Paulo atinge 93% das 1.550 escolas da administração direta, isto é, aquelas administradas pela prefeitura. Além disso, 46% das unidades de ensino aderiram à paralisação totalmente, 47% funcionam parcialmente e apenas 7% funcionam normalmente. A greve teve início no dia 08 de março. Na oportunidade, os professores protestaram em frente à sede da Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, no Centro.
(Com Estadão Conteúdo)