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Promotoria denuncia assassino confesso de Mayara por latrocínio

Acusação contra Luís Alberto Bastos Barbosa cita motivo torpe e agravantes como violência contra a mulher e ocultação de cadáver; pena pode chegar a 43 anos

Por Ullisses Campbell
Atualizado em 11 ago 2017, 13h03 - Publicado em 10 ago 2017, 17h56

O assassino confesso da musicista Mayara Amaral, morta aos 27 anos com golpes de martelo dentro de um motel na madrugada do dia 25 de julho, em Campo Grande, vai acertar as contas com a Justiça em breve. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou nesta quinta-feira o baterista e técnico em informática Luís Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, por latrocínio agravado por motivo torpe. O promotor Clovis Smaniotto ainda considerou em sua denúncia o fato de ele ter mantido um relacionamento com a vítima e acrescentou os seguintes agravantes: violência contra mulher e violência doméstica. Como ele ainda retirou o cadáver da cena do crime e tentou atear fogo numa área de pasto para destruí-lo, a promotoria também o denunciou por “ocultação e destruição parcial de cadáver agravado para assegurar impunidade e vantagem de outro crime e com uso de fogo, que podia resultar em perigo comum”. Pelas contas do MP, Luís Alberto pode pegar de 21 a 43 anos de prisão.

Na mesma denúncia, Smaniotto pediu à Justiça que solte “imediatamente” o traficante Ronaldo Olmedo, o Cachorrão, já que o promotor diz não ter encontrado ligação direta dele com os crimes cometidos por Luís Alberto. Cachorrão havia sido preso em flagrante em poder do carro de Mayara, um Gol ano 1992. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul mantém ele preso porque Luís Alberto havia dito em seu primeiro depoimento que o traficante estava na cena do crime e tinha sido ele o autor das marteladas em Mayara. Na quinta-feira da semana passada, em entrevista a VEJA dentro da penitenciária, o acusado mudou a sua versão e assumiu o crime sozinho. “Soube depois que o Cachorrão tem ligação com o PCC [facção criminosa Primeiro Comando da Capital] e fiquei com medo de morrer na cadeia. Por isso, resolvi contar toda a verdade”, justificou Luís Alberto. O laudo pericial do Instituto Médico-Legal (IML) ainda fez uma correção. Na verdade, Luís Alberto deu seis golpes de martelo e não três, como havia dito em entrevista.

No inquérito que a polícia enviou ao MP, consta que Cachorrão é traficante – ele próprio confessou que fornecia drogas para Luís Alberto. Em seu depoimento, Cachorrão disse que pensou em ficar com o Gol de Mayara, mas desistiu porque a sua mulher achou o carro muito velho. Foi aí que Cachorrão passou o carro para Anderson Sanches, que iria levá-lo para vender no Paraguai. Anderson também foi preso por receptação. A polícia pediu a soltura dele, mas o promotor Smaniotto solicitou que ele continue preso já que é reincidente em outro processo por roubo com uso de arma de fogo.

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A família de Mayara queria que Luís Alberto fosse condenado por crime de feminicídio. No entanto, o promotor explicou que, pelas leis brasileiras, ele ficará mais encrencado com a Justiça se virar réu por latrocínio e outros agravantes. “As pessoas acham que feminicídio é o pior dos crimes, mas não é. O latrocínio, sim, é o crime mais grave, com a maior pena das leis brasileiras”, disse. Para Smaniotto, o fato de Luís Alberto e Mayara estarem “ficando” vai fazer com que a pena final seja aumentada.

 

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