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Promotoria defende coronel Ubiratan para acusar Cepollina

Acusação pediu que júri 'não se deixe levar pela opinião pública' sobre vítima

Por Kamila Hage
7 nov 2012, 16h47

No terceiro dia de júri do julgamento de Carla Cepollina, acusada de assassinar o coronel Ubiratan Guimarães, o assistente da acusação, Vicente Cascione, tentou com sua retórica enaltecer os atos do coronel Ubiratan em 1992. Ele afirmou que se o policial, que comandou a invasão ao presídio do Carandiru, não tivesse agido, muitas pessoas morreriam sufocadas com fumaça de um incêndio provocado por presidiários. “Não interessa se na cabeça de algum jurado o coronel merecia morrer. Ele não matou 111, mas salvou 2000”. Foram mortos 111 presos amotinados na ocasião.

Em seguida, pediu aos jurados – seis homens e uma mulher – que não se deixassem levar pela opinião pública a respeito da vítima. “Foi depois que todo mundo amaldiçoou a invasão do Carandiru, que o crime organizado cresceu e a policia murchou”, afirmou. Vicente Cascione foi o advogado que inocentou o coronel Ubiratan em fevereiro de 2006, no julgamento dos atos executados no presídio.

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Carla Cepollina é acusada de assassinar o namorado na noite de 9 de setembro de 2006, no apartamento da vítima, localizado no bairro dos Jardins. Durante a fala, o assistente caracterizou a ré como uma pessoa arrogante, que se achava acima da Justiça. “Não há mais espaço para inocentar com base na estirpe, na condição social, no pedigree. Esse país é hoje o país dos iguais”, disse.

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Para Cascione, a advogada, que tinha 40 anos na época, cometeu o crime por não aceitar que o coronel Ubiratan a trocaria por Renata Madi, delegada da Polícia Federal quase quinze anos mais nova que a acusada. Movida por arrogância e orgulho, Carla teria o matado na noite de 9 de setembro, com um tiro no abdômen. “Não é meu, não é de ninguém”, disse o assistente em referência ao sentimento da ré. Para ele, o ar de superioridade mostrado por ela durante todo o julgamento, é o que a impede de assumir o que fez: “Não aceita assumir a autoria porque fere o amor próprio, o pedigree”. Durante seu interrogatório na última terça-feira, Carla pediu que o promotor João Carlos Calsavara a chamasse de “doutora” e não “dona”.

A acusação, primeira a ser ouvida, dividiu o seu tempo entre o promotor João Carlos Calsavara e o assistente Vicente Cascione, advogado de Ubiratan Guimarães.

Interrogatórios – Cascione contestou a versão exposta por Carla em seu depoimento, de que ela teria sofrido “tortura mental” em interrogatórios no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele disse que, ao contrário, “ela que massacrou os delegados”. Na época, a mãe de Carla, Liliana Prinzivalli, mantinha um relacionamento com o desembargador Alberto Marino Junior – falecido em 2011 -, e era amiga próxima de Marco Antonio Desgualdo, delegado-geral da Policia Civil em 2006. De acordo com o assistente, as relações da mãe deram resguardo à ré. “Precisamos acabar com essa história de que réu titulado, protegido por delegado-geral, não vai pra cadeia”, afirmou.

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