A procuradora regional do Trabalho Ana Luíza Fabero atropelou na noite de segunda-feira, em Ipanema, a empregada doméstica Lucimar Andrade Ribeiro, de 27 anos. Segundo relatos de testemunhas, feitos à polícia, Ana Luíza aparentava estar embriagada. No comando de um Honda Civic, ela entrou pela contramão de uma rua e fechou um ônibus que trafegava pelo local.
O motorista do coletivo perdeu o controle da direção, não conseguiu frear a tempo e colidiu com o automóvel. Nesse momento, a procuradora imprensou Lucimar em uma árvore. A vítima tinha acabado de sair do trabalho e estava indo a pé para a casa acompanhada do irmão e de dois amigos.
Um homem que passava pelo local do acidente pediu que Ana Luiza abrisse o vidro do carro para que ele soltasse o freio de mão do carro que mantinha Lucimar imprensada. A vítima , então, foi levada para o hospital público Miguel Couto. Já a procuradora parecia estar em estado de choque e ficou imóvel dentro do carro.
A Polícia Civil, que registrou o caso como “embriaguez e lesão corporal”, informou que Ana Luíza chegou a pedir para ser levada ao Instituto Médico Legal para fazer o exame de alcoolemia, mas depois recusou-se a se submeter ao teste. A procuradora algeou que tem 10 graus de miopia e estava sem óculos no momento em que entrou por engano na contramão.
Em nota divulgada no início da tarde, o Ministério Público do Trabalho lamentou o episódio. O texto informa que “o procurador-chefe compareceu ao Hospital Miguel Couto, para prestar assistência à
vítima, tendo sido informado pelo médico que ali se encontrava que ela havia sido liberada por volta das 23 horas, por não apresentar lesão de maior gravidade”. Segundo o comunicado do MP, “já estão sendo adotadas as medidas administrativas cabíveis”. “Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá imediatamente os autos ao procurador-geral da República, que designará membro do Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato”, conclui a nota.