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Primo do goleiro Bruno deixa a prisão em Minas Gerais

Sérgio Rosa Sales teria segurado o menino Bruninho enquanto Eliza Samudio era assassinada. Ele e o menor J. foram os únicos a colaborar com a Justiça

Por Andréa Silva, de Belo Horizonte (MG)
11 ago 2011, 18h59

“Estou muito satisfeito com a liberdade conquistada pelo meu filho, mas ficaria ainda mais feliz se o Bruno também fosse solto”, afirmou o pai do jovem. A casa em que a família mora foi presente do jogador

Ao cabo de um ano, um mês e quatro dias de prisão, Sérgio Rosa Sales, o Camelo, acusado de participar do seqüestro e do assassinato da jovem Eliza Samudio, foi solto na tarde desta quinta-feira. Primo do goleiro Bruno Fernandes, principal acusado do crime, Sérgio deixou no início da noite a Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O pai e duas irmãs do jovem o aguardavam na entrada do presídio.

Além do menor J., que cumpre medida sócio-educativa, Sérgio foi o único dos demais réus a colaborar com as investigações da Polícia Civil. A postura adotada pelo advogado de defesa Marco Antônio Siqueira teria sido um dos fatores determinantes para que a Justiça concedesse ao rapaz o direito de aguardar julgamento em liberdade. Na tarde de quarta-feira, a Justiça mineira negou recurso dos advogados de defesa de Bruno e dos demais réus para evitar que o grupo seja julgado pelo Tribunal do Júri.

Na mesma sessão, os desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) votaram a favor da revogação da prisão preventiva de Sérgio. Foram mantidos presos Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. A defesa dos quatro réus entrou com apelação contra a decisão da juíza Marixa Fabiane Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem, de mandar os acusados a Júri Popular.

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Para embasamento de sua decisão, o desembargador relator Doorgal Andrada, leu parte do primeiro depoimento do menor J. prestado à Polícia Civil do Rio de Janeiro há um ano. Nele, o adolescente narra o último dia de vida de Eliza – do momento em que ela deixou o sítio de Bruno, em Esmeraldas, no Eco Sport do goleiro, acompanhada de J., Macarrão, Sérgio e o filho, o menino Bruninho, e foi levada para a morte, na casa de Bola, em Vespasiano (MG).

O magistrado fez a leitura das declarações de J. apontando os detalhes da forma cruel como a jovem foi executada. O relato inclui o momento em que ela caiu, sufocada pela a “gravata” aplicada por Bola, os chutes desferidos por Macarrão enquanto agonizava no chão, e o estrangulamento fatal. “Os olhos ficaram vermelhos, como se fosse escorrer sangue, e a boca espumava”. O menor conta que, durante o crime, Sérgio aguardou em um canto da residência de Marcos Aparecido, com o filho de Eliza no colo.

Os desembargadores Doorgal Andrada e Herbert Carneiro se manifestaram a favor da liberdade de Sérgio por entenderem que ele é réu primário, tem residência fixa, não tem poder aquisitivo para influenciar os demais envolvidos no processo e contribuiu com as investigações. O presidente da 4ª Camara Criminal do TJMG, desembargador Delmival de Almeida Campos, acompanhou os votos dos colegas em relação à manutenção do júri popular como forma de julgamento, porém declarou-se contrário à liberdade imediata.

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A revogação da prisão preventiva de Sérgio foi recebida pela direção da Penitenciária Dutra Ladeira (Ribeirão das Neves) às 17h desta quinta-feira. Siqueira deixou o presídio com Sérgio às 18h40. “Tenho um compromisso de me apresentar a juíza Marixa (Fabiane Rodrigues) amanhã às14h, para receber as determinações que devo cumprir. Na próxima semana receberei a impresa para falar dessa experiência amarga que tive que enfrentar”, disse o réu. A Polícia Civil fez a escolta do acusado e até a residência da família.

Sérgio deixou o presídio chorando muito. Ele disse ter sofrido muito com toda a história e afirmou que é inocente. Na versão apresentada pelo jovem, ele é apenas testemunha do caso. Pai de Sério, o porteiro Carlos Alberto Sales, de 58 anos, e duas irmãs do jovem o aguardavam ansiosos na entrada do presídio. A espera foi de mais de nove horas. “Estou muito satisfeito com a liberdade conquistada pelo meu filho, mas ficaria ainda mais feliz se o Bruno também fosse solto”, afirmou o pai do jovem.

Sales disse ter acompanhado todo o sofrimento do filho durante a permanência dele atrás das grades. Para o porteiro, Sérgio é inocente e o fato de ter estado no sítio quando Eliza desapareceu foi uma “fatalidade”.

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Bruno, na opinião de Sales, também é inocente e “um bom menino”. A casa onde o porteiro mora com a mulher e os filhos, no Bairro Marilândia, Região Norte de Belo Horizonte, foi presente do atleta. Enquanto o pai e as duas irmãs de Sérgio faziam vigília em frente ao presídio, a mãe dele, a dona de casa Ângela Maria Rosa Sales, passou toda a tarde em casa esperando o filho para o almoço – que, pela demora, foi transformado em jantar.

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