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Preso por terrorismo recorre à OEA por direitos humanos

Mãe e advogada de Leonid El Kadre, líder do grupo preso pela Operação Hashtag, diz que investigação apurou fatos "banais"

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 out 2016, 19h15

Detido no presídio federal de Campo Grande (MS) e apontado pela Operação Hashtag como o líder do grupo que planejava atendados terroristas durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, o mecânico Leonid El Kadre de Melo tenta denunciar à Comissão Interamericana de Direitos Humanos supostas violações de direitos dos terroristas amadores. Zaine El Kadre, mãe e advogada de El Kadre, enviou duas cartas à comissão, vinculada à Organização de Estados Americanos (OEA), uma em agosto e outra em setembro. Sem respostas, ela pretende fazer um terceiro envio em breve.

No documento, escrito em português e repleto de erros gramaticais, a mãe-advogada pede “acesso aos volumosos autos, às provas sobre sua culpabilidade e outros integrantes desse grupo e poder responder em liberdade a acusação”, além de “responsabilização da equipe policial federal que usou de abuso de autoridade e poder” em um suposto depoimento do filho de El Kadre, Khaled, de cinco anos. “Essa criança não teve acompanhamento de assistente e psicossocial nem conselho tutelar e ministério público”, reclama.

Embora as investigações tenham encontrado indícios de que o grupo, simpatizante do Estado Islâmico, cogitou usar armas químicas em ataques durante os Jogos Olímpicos, o documento afirma que os investigadores “levantaram e apuraram são coisas banais e anterior à lei antiterrotismo [sic], que não caracteriza como terroristas nem que premeditaram ou se associaram ao terrorismo”.

Áudios publicados pelo site de VEJA, encontrados em um dos celulares apreendidos com os acusados, também revelam que o próprio Leonid El Kadre orientava os extremistas a dissimularem suas posições radicais. Apenas quatro dias antes da deflagração da Operação Hashtag, em julho, El Kadre enviou as ordens aos demais membros da célula por meio do aplicativo de mensagens Telegram.

Na primeira das mensagens de áudio, ele orientou todos os seus comparsas a abandonar as redes sociais, determinou que retirassem as barbas e os proibiu de frequentar mesquitas a partir daquela data. Na sequência, ele ressalta a necessidade de discrição. “Ninguém vai dar mais pinta de que é defensor do Dawlat al-Islamiyah (Estado Islâmico em árabe)”, afirma.

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Em outro áudio, ele justifica as orientações dizendo que atos como raspar a barba e deixar de ir à mesquita são justificáveis. E como jihadistas eles podem abrir mão de preceitos da religião por uma razão maior, “sem perder da fé”. El Kadre afirma que o desafio dos terroristas brasileiros é “conseguir agir e se passar por uma pessoa normal dentro dos próprios inimigos”.

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Mãe adotiva de Valdir Pereira da Rocha, investigado pela Operação Hashtag morto no último dia 15 após ser espancado em um presídio em Várzea Grande (MT), região metropolitana de Cuiabá, Zeine El Kadre também estuda pedir uma indenização pela morte de Rocha. Antes de serem presos na Operação Hashtag, ele e o irmão, Leonid El Kadre, já haviam sido condenados no Mato Grosso por homicídio e roubo.

Esta condenação e um pedido de regressão de regime penal pela Justiça mato-grossense impediram que Valdir Pereira da Rocha fosse contemplado pela liberdade condicional concedida a ele pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, responsável pelos processo da Operação Hashtag. Assim, ele foi transferido do presídio federal de Campo Grande (MS) ao de Várzea Grande. Já El Kadre é réu, com base na lei antiterrorismo, pelos crimes de recrutamento para organização terrorista, promoção de organização terrorista, associação criminosa e corrupção de menores.

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