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Presidente do PTN do Rio: Mais partidos receberiam dinheiro para apoiar Eduardo Paes

Jorge Sanfins Esch afirma que partido não foi o único envolvido na negociação. Segundo ele, o ex-chefe da Casa Civil, Pedro Paulo, prometeu "rateio" para ajudar candidatos a vereador

Por Thiago Prado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 29 set 2012, 08h00

Flagrado em um vídeo em que detalha os termos do apoio do PTN à candidatura de Eduardo Paes à reeleição, o presidente estadual do partido, Jorge Sanfins Esch, afirma que não foi o único envolvido na negociação. Segundo ele, o ex-chefe da Casa Civil de Eduardo Paes e atual coordenador de campanha, Pedro Paulo, prometeu, em uma convenção em 30 de junho, na qual estavam também Paes e Rodrigo Bethlem, que haveria repasse oficial para o partido, para um rateio entre os candidatos a vereador. O rateio não é ilegal. O problema, para o eleitor, é saber que a união entre PMDB e PTN é, acima de tudo, uma questão de dinheiro. Sanfins afirma que entre 150.000 e 200.000 reais seriam repassados para outros partidos da coligação Somos um Rio. Outros 800.000 reais viriam para ele próprio, em razão de uma “dívida” de uma autarquia municipal – ele foi conselheiro da RioLuz e tentava receber um reajuste retroativo a oito anos de gratificações.

Eduardo Paes afirma que Sanfins Esch não é considerado pela coligaçao o interlocutor do PTN para negociações políticas, mas sim o presidente municipal do partido, Paulo Memória. No entanto, em dois momentos deste ano a coligaçao lidou com Sanfins Esch como interlocutor: no jantar com lideres de partidos citado por Sanfins Esch, que Paes afirma ter ocorrido em 24 de maio, e na convenção do PTN de 30 de junho. Leia trechos da entrevista:

O partido fez uma convenção no dia 17 de junho e escolheu Paulo Memória como candidato a prefeito. O encontro foi anulado pelo senhor, e uma nova convenção em 30 de junho homologou o apoio à reeleição de Eduardo Paes. Por que o partido mudou de ideia?

Não teríamos recursos para lançar a candidatura de Paulo Memória e escolhemos o apoiamento (sic) ao Eduardo Paes. O Paulo pecou em vários momentos porque tentou ser candidato para se promover pessoalmente. Ele queria pegar dinheiro de Garotinho e outros candidatos para ficar batendo no Eduardo Paes, queria fazer a candidatura dele de aluguel.

Jorge Sanfins Esch, presidente do PTN do Rio, afirma que o PMDB ofereceu 1 milhão por apoio
Jorge Sanfins Esch, presidente do PTN do Rio, afirma que o PMDB ofereceu 1 milhão por apoio (VEJA)

Na gravação o senhor afirma que não haveria estrutura financeira para lançar candidatura própria, mas aborda dois pontos específicos. Primeiro, um repasse de 200.000 reais prometido pela coligação para estrutura de campanha. Como foi este acerto?

Na realidade, haveria uma ajuda oficial de 150.000 a 200.000 reais. O dinheiro poderia ser maior ou menor para ajudar a pagar um funcionário, fazer uma carreata e colocar uma gasolina. Isso dito pela própria coordenação do prefeito. Isso não é uma coisa errada, é oficial.

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Quem exatamente firmou esse compromisso?

O Pedro Paulo (ex-chefe da Casa Civil de Eduardo Paes e atual coordenador de campanha) que disse que poderia dar uma ajuda caso recebessem recursos. Ele doaria não só ao PTN, mas para outros partidos. Seria rateada proporcionalmente na conta oficial do partido. Ele falou na convenção do PTN no dia 30. Estavam lá ele, o Pedro Paulo, Eduardo Paes e Rodrigo Bethlem. Ele falou na frente de todos os candidatos. Só que até agora não recebemos um real, só recebemos oficialmente material de campanha. Alguns candidatos, 100 plaquinhas e 50.000 prospectos, e outros melhores um pouquinho mais, umas 300 plaquinhas e 150.000 prospectos. Isso é o que eu tenho de relatórios oficiais.

E a história dos 800.000 reais reivindicados pelo senhor e três amigos na prefeitura? No vídeo, o senhor afirma que Jorge Picciani “se comprometeu” a resolver a situação. Do que se trata essa dívida?

Trabalhei oito anos do governo Cesar Maia, no Conselho de Administração da RioLuz, e o nosso jetom ficou congelado enquanto as demais companhias tiveram os valores atualizados. Queríamos a equiparação com a Fundação Parques e Jardins, que tinha um jetom de 3.800 reais. Isso é um direito meu, tem um processo aberto. Pedi a ele que desse celeridade ao processo, e ele disse que poderia fazer.

O senhor entrou com alguma ação judicial contra a RioLuz? Ou tentou só os meios administrativos?

Eu tenho um trânsito no governo. Enquanto não esgotar as instâcias administrativas, não farei isso. Pedido oficial que eu fiz ao prefeito foi a obra na escola municipal Guilherme Tell, que fica em Anchieta. É uma escola municipal em que meus dois filhos estudam e eu pedi para ele fazer a cobertura da quadra. Meus filhos estão pegando sol para fazer Educação Física. Mas a obra ainda não começou.

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No vídeo, o senhor fala de uma reunião do prefeito com presidentes de partidos. Como foi esse encontro?

Foi um jantar com o prefeito. O presidente do PRB, Osvaldo, foi muito taxativo. Existem as negociações de cargos, um partido sempre almeja isso. E o presidente do PRB foi muito claro em dizer para o Eduardo. Disse: “Estamos aqui a pedido do Jorge Picciani, ele é o nosso avalista”. No governo do Eduardo não tive cargos. Ele deu uma secretaria inteira para a Jandira atender o PCdoB, o PTN e PHS, mas ela não cumpriu o acordo.

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